A Fábrica

Abril 30 2009

Aravind Adiga é um jovem escritor indiano nascido a 23 de Outubro de 1974 no sul da Índia, na cidade de Chenai, a antiga Madras.
Nascido no seio de uma de uma família da classe média, ainda criança foi viver para Mangalore. Na adolescência foi viver com a família para a Austrália, onde se tornou cidadão australiano, tendo por isso dupla nacionalidade.
A seguir, estudou literatura em Nova Iorque (Universidade de Columbia) e em Inglaterra (Oxford). Começou a escrever para jornais ingleses ("Financial Times" e "The Guardian"), regressando posteriormente à Índia, onde se tornou correspondente permanente da revista "Time" para o Sul da Ásia.
Com seu romance de estreia, O Tigre Branco, publicado em Portugal pela Editorial Presença, ganhou o Booker Prize 2008, repetindo a façanha da sua compatriota Arundhati Roy, que venceu o mesmo Prémio em 1997 com seu primeiro livro, O Deus Das Pequenas Coisas.
Continua hoje a ser jornalista, mas exerce a profissão em regime parcial e livre. Entretanto, publicou em Novembro do ano passado, na Índia o seu segundo livro, "Between the Assassinations", ainda não disponível a nível internacional.
publicado por Armando S. Sousa às 17:12
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Abril 23 2009

Vladimir Vladimirovich Nabokov nasceu em São Petersburgo, Rússia, a 23 de Abril de 1899, oriundo de uma família abastada e aristocrática. Aos 16 anos, herdou uma grande fortuna do seu tio, mas teve pouco tempo para gozá-la. Durante a revolução russa o seu pai foi preso e a família emigrou para Berlim, onde o seu pai viria a ser assassinado em 1922. Formou-se nesse mesmo ano no Trinity College, Cambridge, após o que se instalou em Berlim. Trabalhou como tradutor, tutor e treinador de ténis. Compôs ali os seus primeiros escritos em russo, embora posteriormente os tenha traduzido para inglês. Muitos dos seus leitores eram emigrantes russos. Os seus livros foram banidos da União Soviética. Os temas de Nabokov tornaram-se puzzles ambíguos, desafiando o leitor a envolver-se no jogo.
Enquanto escritor, Nabokov alcançou o primeiro sucesso literário com as traduções de algumas canções de Heine. O seu primeiro romance Mashenka foi escrito em 1926. Em 1924, Nabokov casou com a judia Véra Evseevna Slonim. Os primeiros romances foram escritos com o pseudónimo Valdimir Sirin. Entre estes encontram-se The Gift/O Dom (1937-38), um romance sobre o século XIX russo, Invitation to a Beheadind (1938), uma fantasia política.
Nabokov mudou-se para Paris aquando da libertação do assassino de seu pai, onde conheceu James Joyce. Em 1940 foi para os Estados Unidos, tornando-se cidadão americano em 1945. Leccionou no Wellesley College e Cornell University, prosseguindo ao mesmo tempo, as suas extensas pesquisas em entomologia. Durante alguns anos exerceu funções no Museum of Comparative Zoology na Universidade de Harvard, que mais tarde veio a caracterizar como os anos mais encantadores e emocionantes da sua vida adulta.
A primeira publicação em inglês de Nabokov intitulava-se de A Few Notes on Crimean Lapidoptera.
Os seus primeiros romances em inglês foram The Real Life of Sebastian Knight (1945) e Blend Sinister (1947). Em 1950, Nabokov publicou Conclusive Evidence (1951), uma autobiografia, mais tarde recuperada em Speak, Memory (1966).
O seu livro mais conhecido é Lolita (1955), a história da paixão de Humbert Humbert, um professor de poesia de meia-idade, por uma precoce rapariga de 12 anos. O livro permitiu-lhe abandonar o ensino e dedicar-se inteiramente à escrita.
Representante ilustre da tradição literária russa, que transpôs brilhantemente para o inglês, reflectiu nas suas obras, com humor e ironia, a realidade da sociedade contemporânea ocidental.
Em 1959, mudou-se para a Suíça, instalando-se permanentemente no Hotel Montreux Palace. As suas últimas obras incluem Ada (1969), Transparent Things (1972) e Look at the Harlequins! (1975). Entre os seus outros livros, notáveis pelos jogos de palavras e pelos enredos engenhosos, incluem-se Defesa Loujine (1929), Laughter in the Dark (1938), The Enchanter/O Encantador (1939), Pnin (1957).
Vladimir Nabokov morreu em Lausanne, Suíça, a 2 de Julho de 1977.
publicado por Armando S. Sousa às 09:30
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Abril 13 2009


Considerado um dos maiores escritores e dramaturgos do século XX, o irlandês Samuel Beckett nasceu a 13 de Abril de 1906, na localidade de Foxrock, perto de Dublin. Nascido no seio de uma abastada família protestante, não teve uma infância muito feliz e depressa se tornou num jovem infeliz. Inadaptado às regras de uma sociedade que considerava repulsiva, refugia-se na solidão, que faz transparecer em toda a sua obra. Em 1923 ingressa no Trinity College, de Dublin para fazer a sua formação académica, onde em 1927, se licenciou em línguas modernas, francês e italiano, com uma excelente classificação. Em 1928, Beckett mudou-se para Paris, onde conheceu James Joyce, e depressa se tornou um seguidor do escritor. Esta amizade será decisiva para a sua carreira literária.
Aos 23 anos, escreveu um ensaio em defesa de "Ulisses", a obra-prima de James Joyce, que tinha sido proibida na sua Irlanda natal. Depois de um estudo sobre Proust, Samuel Beckett, chegou à conclusão que o hábito e a rotina eram o “cancro do tempo”: o tempo, inexorável, ao qual estamos presos. Samuel Beckett, faz questão de nos lembrar, que a cada momento, o fim se aproxima, que a morte espreita, que o jogo irá acabar e nós irremediavelmente, perderemos.
Se temos conhecimento disso, então por que continua-mos à espera? Porquê? Porque devemos saber que enquanto se espera a vida continua e devemos vive-la da melhor forma possível, a cada segundo, compreendendo-a pequena e grandiosa ao mesmo tempo. Por causa destas conclusões, abandonou o seu cargo no Trinity College e iniciou uma viagem pela Europa, visitando a França, Inglaterra e a Alemanha, onde viveu as mais diversas experiências que depois se traduziram em personagens.
Em 1938 fixou residência em Paris, onde dois acontecimentos o vão marcar para o resto da vida: é gravemente ferido ao ser agredido por um estranho, que lhe desferiu uma facada no peito, e conhece Suzanne Deschevaux-Dusmenoil, o amor da sua vida e com quem se casaria em 1961.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Beckett permaneceu em Paris, onde lutou pela Resistência, até que alguns membros o seu grupo foram presos e Beckett foi forçado a refugiar-se, com a sua mulher na zona conhecida como "França Livre", a parte da França que não tinha sido ocupada, pelas tropas nazistas.
Em 1945, regressou a Paris e iniciou o seu período mais prolífico enquanto escritor. No período cinco anos, entre 1948 e 1953, produziu a sua obra mais significativa.
Escreveu "Eleutheria" (1948), "À espera de Godot" (1952), e a trilogia, universalmente aclamada como essencial à compreensão da experiência humana, “Molloy” (1951), “Malone está a Morrer” (1951) e “O Inominável” (1953).O seu primeiro sucesso, chegou, em 1952 com "À Espera de Godot". Apesar das especulações, a pequena peça onde nada acontece, tornou-se num sucesso repentino e um marco no teatro do absurdo.
As personagens desta peça, exemplificam a situação do homem encurralado num mundo de rotina: dois vagabundos, Vladimir e Estrabon, indecisos e inertes, esperam em vão a chegada de um personagem enigmático e misterioso, Godot, símbolo do inalcançável, que de um modo inexplicável, melhorará as suas vidas.Depois do sucesso de "À Espera de Godot", Samuel Beckett dedica-se a traduzir os seus textos para inglês e volta a escrever nesta língua, construindo, um caso raro na Literatura moderna, uma obra bilingue.
As obras de Beckett traduzem com um grande poder de síntese, toda a condição humana. As questões que são necessárias esclarecer dessa condição são amplamente trabalhadas e poeticamente materializadas. Os personagens das suas obras, reflectem a posição do autor em relação à vida, à morte, aos desejos, aos fracassos e à impossibilidade da felicidade.
O reconhecimento crescente do seu trabalho culminaria com o Prémio Nobel da Literatura, em 1969. Depois disso e apesar de ser aclamado a nível mundial, continuou a escrever até à sua morte, que ocorreu em Paris, a 22 de Dezembro de 1989, vitima de enfisema, contra o qual lutou nos últimos três anos, da sua vida .
publicado por Armando S. Sousa às 18:16
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Abril 10 2009

As manifestações culturais surgidas nos Estados Unidos e na Europa na década de 1960, feitas por jovens da classe média na sua maioria, que tiveram contacto com teorias de cientistas sociais e estudiosos do comportamento humano nas universidades, expandiram-se graças à imprensa. A imprensa norte-americana criou o termo Contracultura, para designar este conjunto de manifestações de carácter intelectual e estético que se opunha ou se diferenciava das instituições e dos valores dominantes na sociedade. Surgida nos anos 50, a Geração Beat - “Beat Generation”- foi o primeiro movimento de contracultura com forte importância histórica e cultural a acontecer nos EUA. Os seus membros eram conhecidos como beatniks (rótulo que Jack Kerouac reivindica como seu): uma corrupção do nome do satélite russo Sputnik com o termo inglês beat, de vários significados, entre eles o ritmo e o aspecto depressivo, que torna essa uma geração maldita.
Os beatniks eram jovens que se conheceram dentro e fora da universidade, interessados em escritos não ortodoxos como Rimbaud, Willian Blake, Melville, Withman, Kafka, Nietzsche, alguns dos quais vieram depois a ser adoptados nas universidades, sendo inclusive os professores acusados de transmitirem valores subversivos aos estudantes. Inquietos, marginais, pretendiam mostrar o seu desgosto com o status quo do consumismo e da tecnocracia, contrapondo propostas alternativas de vida. Não queriam mudar o mundo, nem fazer a revolução, mas lutar pelo direito de ser diferente. Não tinham soluções para os males do mundo. Nem para os próprios. Apesar das principais contribuições desta geração terem se dado na literatura, não é difícil identificar traços seus noutras formas de arte.
A Beat Generation na literatura compreendia um número pequeno de escritores, dos quais Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William S. Burroughs são os mais conhecidos. Os três conheceram-se na Universidade Columbia, em Nova Iorque, no meio da década de 40, e tornaram-se grandes amigos, cada um encorajando o outro a escrever, até que as editoras começaram a levar o seu trabalho a sério no fim dos anos 50.
Allen Ginsberg é considerado o principal poeta da “Beat Generation”. Nascido a 3 de Junho de 1926, em New Jersey, Allen Ginsberg foi uma criança complicada e tímida, dominada pelos estranhos e assustadores episódios de sua mãe, uma mulher completamente paranóica, que acreditava que o mundo conspirava contra ela. Ao mesmo tempo, Allen teve que lutar para compreender o que estava acontecendo dentro dele, já que era consumido pela luxúria de outros meninos de sua idade. Na escola secundária, descobriu a poesia, mas logo ao ingressar na Universidade de Columbia, fez amizade com um grupo de jovens delinquentes, pensadores de almas selvagens, obcecados igualmente por drogas, sexo e literatura. Ao mesmo tempo em que ajudava os amigos a desenvolverem os seus talentos literários, Allen perdia de vez a sua ingenuidade, experimentando drogas e frequentando bares gays em Greenwich Village. Assumindo um estilo de vida bizarro, como se procurasse em si mesmo a face da loucura de sua mãe, Ginsberg acabou por se submeter a tratamento psiquiátrico. Aos 29 anos, já tinha escrito muita poesia, mas quase nada publicado. Allen Ginsberg ganhou popularidade a partir de 1956, com o seu poema/livro “Uivo”.
Lançado no Outono de 1956, o longo "Uivo" foi apreendido pela polícia de San Francisco, sob a acusação de se tratar de uma obra obscena. Depois de um tumultuoso julgamento, semelhante ao que foi submetida a novela de William Burroughs, Naked Lunch, o Supremo Tribunal autorizou a publicação e vendeu milhões de exemplares. Por esse período, Ginsberg viaja pelo mundo, descobre o budismo e apaixona-se por Peter Orlovsky, que seria seu companheiro durante 30 anos, embora a sua relação não fosse monógama. No início dos anos 60, enquanto já era famoso, lança-se na cultura hippie, ajudando Thimoty Leary a divulgar o psicadélico LSD e participa num grande número de eventos, como o Human Be-In, em 1967, em San Francisco, onde é um dos que conduzem a multidão cantando o mantra OM.
Ginsberg é também figura-chave nos protestos contra a guerra do Vietname na Convenção do Partido Democrático de Chicago, em 1968. Após conhecer o guru tibetano Rinpoche, Ginsberg aceita-o como seu guru pessoal. Depois, juntamente com a poeta Anne Waldman, cria uma escola de poesia. Sempre participando de eventos multiculturais, Ginsberg manteve a sua agenda social activa até a sua morte, em 5 de Abril de 1997, em Nova Iorque. As suas últimas palavras, foram “pensei que iria ter medo mas estou animado”.
publicado por Armando S. Sousa às 18:22
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Abril 06 2009

John Steinbeck nasceu em Salinas, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, em 27 de Fevereiro 1902. De uma família de classe baixa, John Steinbeck testemunhou desde cedo a vida dos trabalhadores urbanos e rurais. Terminou o curso secundário no Salinas High School, em 1919, ingressando nesse ano na Universidade de Stanford. Para poder pagar os seus estudos, teve diversas profissões. No entanto, abandonou os estudos universitários em 1925, partindo para Nova Iorque, onde trabalhou como operário da construção civil, pouco tempo antes de conseguir um lugar de repórter no New York American, no intuito de seguir carreira literária. Regressou à Califórnia para ser caseiro de uma propriedade, aceitando trabalhos como servente, aprendiz de pintor ou apanhador de fruta, ocupações que foram indispensáveis à construção de algumas das suas personagens.
O seu primeiro romance, Cup of Gold (1929), uma narrativa histórica sobre um pirata jamaicano, antecedeu aquela que, segundo os críticos, seria a sua década de criação mais produtiva. A um Deus Desconhecido (1933) é o primeiro grande romance de Steinbeck. Um romance quase místico, que tem por tema central "o modo como os homens tentam controlar as forças da natureza, e ao mesmo tempo compreender a sua relação com Deus e com o inconsciente".
Em 1935, publicou Tortilla Flat, o primeiro sucesso popular, um estudo humorístico da vida dos agricultores de Monterey. Seguiu-se, em 1936, Batalha Incerta, em 1937, Ratos e Homens.
Neste livro John Steinbeck conta-nos a história de dois amigos inseparáveis, George e Lennie, mas completamente diferentes entre si. George é baixo, franzino e astuto, Lennie é um gigante, com uma força bruta impossível de calcular, mas com a inteligência de uma criança. O que os une é a simples amizade e a marginalização imposta pelo sistema. O livro passa-se numa quinta da Califórnia, onde ambos trabalham como contratados da quinta, ganhando pouco mais que a comida e a dormida. Durante o seu árduo trabalho na quinta, encontram outros pobres e explorados, mas também, outras personagens, o filho do patrão e a sua fogosa mulher, que colocam em risco a sua miserável e humilde existência. Ambos têm o sonho de ter um espaço de terra só para eles, situação que nunca se concretizará.
Em Ratos e Homens, Steinbeck, demonstrou a sua capacidade de criar personagens realistas e cativantes e também de, falar de sentimentos comuns a todos seres humanos, como a solidão e a ânsia por uma vida digna. Ratos e Homens é um dos primeiros grandes clássicos sobre o doloroso período da Grande Depressão americana.
Em 1939 edita As Vinhas da Ira, livro aclamado pela crítica popular mas que suscitou controvérsia, tendo alguns exemplares sido queimados publicamente como forma de protesto e a obra banida nas bibliotecas públicas do Kansas City e de Oklahoma, enquanto se tornava leitura obrigatória nos colégios de Nova Iorque. A obra foi mais tarde galardoada com os prémios Pullitzer e National Book Award.
As Vinhas da Ira, um dos melhores clássicos da literatura do século XX, dá a conhecer os Joad, uma família rural e pobre do Oklahoma que tenta uma nova vida, tendo por pano de fundo os horrores da Grande Depressão. Esta família vê-se obrigada a abandonar as suas terras e partir para um novo mundo, a Califórnia, em busca de melhores condições de vida melhores. Ao seu lado estão milhares de migrantes que se deslocam pelos mesmos motivos, em velhos camiões, em direcção a um futuro incerto. Durante a viagem passam por diversos tipos de provações e quando chegam à Terra Prometida descobrem que era um lugar bem pior do que aquele que tinham deixado.
Ludibriados por falsas promessas, a família toda parte num velho camião pela famosa estrada 66 numa jornada em que nada pode ser previsto.Na maioria das suas obras, marcadas pela paisagem e o quotidiano californianos, o autor explora as duras condições de vida das populações rurais, obrigadas a sobreviver no limiar da pobreza ou forçadas a longas e miseráveis migrações. Procurando tornar evidente que cada ser humano deve ser analisado no ambiente em que se insere, o autor dedicou-se, sobretudo, ao retrato de personagens inadaptadas.
Em 1941, publicou Sea of Cortez em colaboração com Edward Ricketts. No ano seguinte, Noite Sem Lua, foi adaptado ao teatro, tendo-se seguido Bombs Away. Em 1943, foi correspondente de guerra do New York Herald Tribune nas frentes de combate da Europa e da África do Norte. Em 1945, publicou Bairro da Lata e A Pérola, em 1947.
A Pérola é baseada num conto popular mexicano, conta-nos a história de Kino, e da sua família. Kino um pobre pescador encontrou a maior pérola do mundo, que desperta nele e nas pessoas que vivem numa pequena povoação do litoral mexicano sentimentos e desejos vis. Um livro a ler e a reler.
Em 1948, John Steinbeck foi eleito para a Academia Americana das Artes e das Letras. Em 1950, publicou Burning Bright, adaptado mais tarde, ao teatro. Dois anos depois, colaborou no filme Viva Zapata.
A Leste do Paraíso (1952), adaptado ao cinema por Elia Kazan e protagonizado por James Dean, é um dos melhores exemplos, com homens e mulheres no limite das suas forças, prestes a renunciar aos valores morais que a América proclamava.
Em 1953, o livro Os Náufragos do Autocarro foi incluído na lista dos livros desaconselhados pela comissão Gathings.De 1954 a 1960, publicou Sweet Thursday, O Breve Reinado de Pepino IV e O Inverno do Nosso Descontentamento.
No livro O Inverno do Nosso Descontentamento, John Steinbeck, conta-nos a história de Ethan Hawley, descendente de uma família muito rica mas que ficou na ruína financeira. Ethan foi forçado a aceitar a humilde posição de empregado de balcão num armazém de um emigrante italiano com um passado desconhecido. Ethan fica constantemente dividido entre a sua vontade de ser íntegro e o deslumbramento da riqueza e da glória que tiveram os seus antepassados. John Steinbeck faz-nos penetrar na amargura e na infelicidade de Ethan Hawley, que questiona a sua relação com a mulher, filhos, patrão, clientes e amigos. Ethan começando por apresentar uma moralidade a toda a prova, que se vai transformando gradualmente, acabando por alcançar o sucesso financeiro à custa de golpes de moralidade duvidosa.
Afastando-se dos círculos intelectuais e académicos, John Steinbeck foi frequentemente repudiado na América, principalmente nos últimos anos, não merecendo a atenção de outros autores contemporâneos, como Hemingway ou Faulkner.
Em 1962, foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura. Dois anos depois, recebeu a Medalha da Liberdade dos EUA e em 1966, publicou America and Americans, um conjunto de reflexões sobre a América contemporânea. Morreu em 20 de Dezembro de 1968, em Nova Iorque.
publicado por Armando S. Sousa às 15:02
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Fevereiro 12 2009

Charles Darwin, nascido há 200 anos, colocou o homem no seu devido lugar ao localizá-lo na longa história da evolução das espécies, desmentindo a crença de uma criação divina e fundando a biologia moderna.
Revelada em 1859, em “A Origem das Espécies”, a Teoria Por Selecção Natural de Charles Darwin causou agitação entre aqueles que acreditavam na criação divina de espécies imutáveis. Hoje, a maioria dos cristãos aceita (excepto os criacionistas) o princípio científico da evolução, no entanto o papel desempenhado pelo acaso no surgimento das variações ou de novas espécies continua sendo para muitos um obstáculo.
Duzentos anos após seu nascimento, Darwin permanece um dos maiores expoentes das ciências naturais.
Charles Robert Darwin nasceu em Shrewsbury, Inglaterra, em 12 de Fevereiro de 1809, no seio de uma família próspera e culta. O seu pai, Robert Waring Darwin, foi um médico respeitado. O avô paterno, Erasmus Darwin, poeta, médico e filósofo, era um evolucionista em potencial, cuja obra mais famosa, a Zoonomia, antecipava em muitos aspectos as teorias de Lamarck.
Em 1825 Charles Darwin foi para Edimburgo estudar medicina, carreira que abandonou por não suportar as dissecções. Todavia, interessou-se pelas ciências naturais. Matriculou-se a seguir no Christ’s College, em Cambridge, decidido a ordenar-se padre, embora não tivesse vocação religiosa. Ali tornou-se amigo do botânico John Stevens Henslow, que o aconselhou a aperfeiçoar seus conhecimentos em história natural. É Henslow quem proporciona a Darwin o momento decisivo da sua existência. A 24 de Agosto de 1831, pouco depois de obter o seu diploma, propõe-lhe acompanhar o capitão Fitz-Roy a bordo do “Beagle” para uma longa viagem de estudo. Charles foi eleito pelas suas qualidades de perfeito “gentleman”, mais do que pelos seus conhecimentos, os mais limitados à época. “Não é que vos considere um naturalista consumado”, escreve Henslow, “mas sois capaz de coleccionar e de notar o que é digno de ser registado.” O doutor Darwin recusa-se a dar o seu consentimento. Charles, escreve a Henslow para exprimir o seu profundo pesar, mas, diplomata, tenta assegurar o apoio do seu tio, que acaba por triunfar na decisão.
A 21 de Dezembro de 1831, o “Beagle” levanta âncora para uma volta ao mundo que durará cinco anos. Desta viagem incómoda, a lenda fez uma odisseia, um périplo fundador do qual todos os naturalistas devem recitar as etapas: a descoberta, próximo de Montevideu, de fósseis colossais, presumíveis antepassados dos tatus, a dos aborígenes na Austrália, o deslumbre perante o esplendor das florestas tropicais, a curiosidade face à diversidade das tartarugas específicas de cada uma das ilhas Galápagos, etc. É no decorrer desta experiência que a iluminação terá transformado o coleccionador aprendiz em especialista de génio.
O jovem naturalista regressou da viagem transformado, amadurecido — e acometido por uma estranha febre que não mais o deixará —, mas a ideia de “A Origem das Espécies” não nasceu a bordo do “Beagle”. Ela surgirá durante o período de triagem das suas descobertas para redigir o seu diário de bordo. Por si só, a ideia de uma evolução das espécies não é inovadora, Jean Lamark lançou-a em 1809, e mesmo o avô de Darwin, Erasmus, assinou uma “Zoonomia”, mais poética do que científica. A estas teorias só falta o essencial: o mecanismo que explica a transformação. Caberá a Darwin encontrá-lo. A natureza procede como os criadores de gado, por selecção sistemática, defende. É a luta pela vida que, a cada geração, privilegia, numa população, os que melhor se adaptam ao meio, a expensas dos mais fracos. A leitura em 1838 do livro “Ensaio Sobre o Princípio da População” de Thomas Malthus fez iluminar a mente de Darwin e descobrir a sua teoria: a selecção natural, segundo a qual só os indivíduos mais bem adaptados de cada população sobrevivem para deixar descendência. Depois, escondeu a sua teoria ao longo de mais de 20 anos, dedicando-se a reunir uma montanha de documentos para apoiar a sua tese, antecipando todas as objecções, acumulando as provas, inquirindo, numa troca de correspondência, sobre os métodos dos criadores de pombos, sobre o sentido de orientação das abelhas ou dos gatos domésticos, etc. Sem publicar uma linha a propósito das suas reflexões. Em 1839, casa com a sua prima Emma, culta, devota e dotada de rendimentos que, a juntar aos seus, lhe permitem viver sem exercer uma profissão. Em 1842, redige, ainda assim, um esboço da sua teoria, repleta de instruções no caso de se dar algum infortúnio, que permanecerá guardada anos a fio sob as escadas, enquanto Darwin se consagra a outros estudos. Não há motivos para pressas, pensa, coleccionando observações, como, no passado, os insectos. No entanto, em 1858, um jovem naturalista, Alfred Russel Wallace, envia-lhe uma dissertação (Sobre a Tendência das Variedades a Desviarem-se indefinidamente do Tipo Original) na qual defende, praticamente palavra por palavra, a mesma tese. O choque é duro. Vexado, reticente, mas instigado pela concorrência, Darwin, sob a insistência dos seus amigos, resigna-se em publicar, primeiro um esboço e a seguir “Da Origem das Espécies”, 500 páginas escritas em menos de um ano num estilo figurado, pessoal, bastante acessível — garantia de sucesso. Este sucesso quase não lhe renderá nada, fechado em casa, recusando obstinadamente as homenagens públicas, tal como foge das confrontações. Na Down House escreve, reflecte e continua a escrever para insistir na argumentação e responder aos seus detractores. Prosseguir a produção das obras parece- lhe a única forma honrada de se defender.
Darwin é a prova de que o génio pode ser modesto e não se faz, necessariamente, acompanhar pela excentricidade. Simples, afável, conciliador, tão sensível às críticas como aos elogios, preocupa-o bastante a recepção às suas ideias, não por vaidade, mas por necessidade de persuasão. Na sua autobiografia, escrita em 1876, seis anos antes da sua morte, só reconhece, para lá do amor à ciência, possuir os “dons de observação” e “uma paciência sem limite”.
De carácter simples, extremamente apegado à mulher e aos filhos, Darwin dedicou a sua vida à ciência, apesar da pouca saúde. A sua obra revela modéstia e escrúpulo, que despertaram a simpatia e a amizade de todos. Até os adversários admiravam o seu carácter e respeitavam-no como cientista. Darwin morreu de um ataque cardíaco em Down, a 19 de Abril de 1882, sendo enterrado na abadia de Westminster.
The Complete Work of Charles Darwin Online
Fontes: A Origem das Espécies, A Vida e a Obra de Darwin de Alberto Candeias, The Complete Work of Charles Darwin Online, Público e AFP.
publicado por Armando S. Sousa às 12:20
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Dezembro 17 2008
Barack Obama foi eleito Personalidade do Ano 2008 pela revista norte-americana TIME. A escolha não surpreende, depois da extraordinária vitória presidencial de Barack Obama. Venceu uma das mais disputadas eleições presidenciais de sempre na história americana, derrotou dois candidatos muito mais experientes e superou as divisões raciais dos Estados Unidos, para se tornar no primeiro presidente afro-americano do país.
Barack Obama foi o eleito pela TIME “por ter a confiança de projectar um futuro ambicioso durante tempos sombrios”, informou a direcção editorial da revista. Atrás de Obama ficaram o secretário americano do Tesouro, Henry Paulson; o Presidente francês Nicholas Sarkozy; a candidata a vice-Presidente pelo lado republicano e governadora do Alasca Sarah Palin e o director criativo da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, em Agosto, Zhang Yimou.

Barack Hussein Obama nasceu em Honolulu, no Havai a 4 de Agosto de 1961, quando o seu pai, Barack Obama, um economista queniano, e a mãe, Ann Dunham, antropóloga norte-americana do Kansas, estudavam na Universidade do Havai. Os pais separaram-se quando Obama tinha dois anos e, com o casamento seguinte da mãe, foi viver para Jacarta, na Indonésia durante quatro anos, voltando ao Havai aos 10.Formou-se em Relações Internacionais na Universidade de Columbia em 1983 e em Direito em 1991 em Harvard, onde foi o primeiro afro-americano a ser presidente da prestigiada Harvard Law Review.
Terminados os estudos de Direito, foi para Chicago para exercer como advogado de direitos civis e leccionar na Universidade de Chicago. Em 1992, organizou uma das maiores inscrições de votantes na história de Chicago para ajudar Bill Clinton nas eleições desse ano. Foi então que decidiu concorrer ao Senado de Illinois, tendo sido eleito para o cargo em 1996. No Senado, trabalhou com democratas e republicanos na elaboração de legislação relativa a ética, cuidados de saúde e programas educacionais para os mais desfavorecidos.

Em 2002, foi um dos adversários do presidente George W. Bush na decisão de atacar o Iraque, considerando que Saddam Hussein, apesar de ser um reconhecido ditador, não constituía uma ameaça directa aos Estados Unidos nem aos seus países vizinhos. Na convenção do partido democrata no Verão de 2004 roubou o protagonismo ao candidato à presidência, John Kerry, com um discurso simples. “Não há uma América negra, uma América branca e uma América hispânica: há os Estados Unidos da América”, disse Obama.
Nas primárias democratas de 2004, conseguiu a nomeação democrata para o Senado dos EUA e, em Novembro do mesmo ano, venceu as eleições gerais para o Senado, tendo tomado posse como senador em Janeiro de 2005.
Em Fevereiro de 2007, anunciou a sua candidatura à nomeação democrata para a presidência dos Estados Unidos. Tendo como principal adversária à nomeação a senadora Hillary Clinton, poucos eram os que, nessa altura, acreditavam que conseguisse vencer as primárias. Mas o seu carisma e os seus ideais fizeram com que os democratas se rendessem a ele, dando-lhe a vitória nas primárias democratas.
Em Junho de 2008, Barack Obama tornou-se, assim, o candidato do Partido Democrata à presidência dos EUA, derrotando Hillary Clinton. Seguia-se uma batalha política entre o jovem Barack Obama e o veterano John McCain, apoiado pelo ainda presidente Bush e o seu Partido Republicano.
Em 4 de Novembro de 2008, os americanos acorreram em massa às urnas para dizerem a Obama: Yes, We Can, o lema da campanha do democrata. Com uma vitória esmagadora tanto em votos expressos como em termos de colégios eleitorais, Barack Obama tornou-se assim no primeiro presidente afro-americano da História dos EUA e devido à sua história pessoal, é visto por muitos como um conciliador carismático e unificador, que é no fim de contas, o que mundo e os americanos precisam, depois de George W. Bush, ter passado afincadamente os últimos oito anos, a tornar o planeta um lugar perigoso para se viver.(Fonte Biblioteca Universal).

publicado por Armando S. Sousa às 18:35
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Setembro 18 2008

A família de Federico García Lorca autorizou a abertura da vala comum onde os restos mortais do poeta permanecem desde que foi fuzilado na Guerra Civil da Espanha, há 72 anos.
Os descendentes de Lorca vinham resistindo a autorizar a exumação, mas cederam ante a pressão nos tribunais dos parentes de outros sepultados na mesma vala, mas temem que a exumação se transforme num “espectáculo”.
Desde a criação da Lei da Memória Histórica, em reconhecimento dos mortos na Guerra Civil Espanhola, os descendentes dos fuzilados Galadí Meljar e de Dióscono Galindo, mantiveram uma disputa com a família Lorca durante três anos, para exumar os restos mortais dos seus ascendentes, para lhe fazerem um funeral digno e conhecer os verdadeiros detalhes dos assassinatos.
A mudança de opinião da família Lorca surgiu depois de no dia 12 de Setembro último, os descendentes de Francisco Galadí Meljar e Dióscoro Galindo, fuzilados com Lorca e enterrados na mesma vala que o poeta entrarem com uma acção judicial em Madrid. Foi o último recurso para tentar abrir a vala e recuperar os restos mortais de seus parentes, pois não lograram convencer a família Lorca até então.
O Juiz Baltasar Garzón respondeu que estudaria a possibilidade de ordenar a exumação mesmo que os Lorca se opusessem. A família do famoso poeta e dramaturgo diz temer que a exumação “vire um espectáculo, o que é muito difícil de evitar. Queremos que se faça com muito respeito e de maneira privada”, explicou Laura García Lorca. A exumação também poderá ajudar a esclarecer detalhes sobre a biografia do poeta. Os dados mais divulgados indicam que Garcia Lorca foi assassinado no dia 19 de Agosto de 1936. Tinha 38 anos quando foi preso na cidade de Granada, acusado pelo regime militar de ser subversivo e homossexual. A prisão teria acontecido três dias antes da execução e o poeta ainda teria sido espancado e humilhado em público antes do fuzilamento. Com ele, foram fuzilados o professor Dióscoro Galindo, republicano e acusado de negar a existência de Deus porque ensinava educação laica a famílias pobres e os sindicalistas Francisco Galadí Meljar e Joaquim Arcollas Cabezas, este último não deixou descendentes.
Foram todos enterrados numa vala comum debaixo de uma oliveira, num lugarejo conhecido como o Barranco de Víznar, onde hoje há um pequeno parque em homenagem as vítimas da Guerra Civil.
Falta apenas definir a data da exumação e o futuro dos restos mortais de Lorca, estando a família a estudar várias possibilidades: levá-lo para Nova Iorque para o jazigo do pai dele, para Madrid, onde estão enterradas a mãe e as irmãs, espalhar as cinzas por lugares onde ele morou ou sepultá-lo no mesmo local onde está a vala comum.
Federico Garcia Lorca nasceu em Granada em 1898, sendo considerado um dos mais importantes escritores modernos da língua espanhola. Entre as suas mais famosas peças inclui-se a triologia Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e La Casa de Bernarda Alba (1936). A sua obra Romancero Gitano (1928) mostra a influência das canções andaluzas da região de Granada que o autor combina magistralmente com imagens fortes e surpreendentes.
Da sua obra poética destacam-se, Aire Nocturno, Canción, Canción Menor, Mar, Romance Sonâmbulo e Sueños.
A sua infância e as suas viagens através de Castela inspiraram-lhe um conhecimento do povo espanhol. Dedicou-se à música, à pintura, ao teatro, à poesia. Com a peça Mariana Pineda alcançou a celebridade e com uma compilação de canções ciganas.
Consagrou-se no teatro, enquanto director do grupo ambulante da Barraca e como autor, com peças para teatro de marionetes — O pequeno retábulo de D. Cristóbal, fantasias poéticas — O amor de Perlimplin e de Belisa no seu jardim e uma trilogia dramática — Bodas de sangue.
Apesar de não ser um activista político, nunca deixou de manifestar aversão aos fascistas, que considerava forças opressivas contrárias à criatividade e à liberdade. (Com BBC).
publicado por Armando S. Sousa às 18:21
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Agosto 17 2008

Francis Obikwelu depois de ter sido afastado da final dos 100 metros dos Jogos de Pequim, anunciou que vai abandonar a competição e já não participa nas eliminatórias dos 200 metros.
O velocista português chegou a Pequim determinado em vencer a medalha de ouro, que lhe tinha fugido nos Jogos de Atenas em 2004. Tinha convencido os portugueses, que podíamos sonhar com a vitória na prova-rainha do atletismo mundial, quando dois dias antes tinha afirmado querer apenas... conquistar a medalha de ouro.
Depois de ter demonstrado na pista uma debilidade impressionante, em tudo contraditória com o seu discurso optimista, sendo eliminado nas meias-finais da prova dos 100 metros, com o tempo de 10,10 segundos, quando no dia anterior, dizia que podia correr em 9,80 segundos se precisasse; Francis Obikwelu, numa declaração totalmente imprevista, decidiu abandonar a competição, agradecendo ao povo português o total apoio que sentiu ao longo dos anos, juntando-lhe um digno pedido de desculpas pelo seu desempenho.
Sem Francis Obikwelu, jamais ousaríamos pensar numa medalha na prova mais espectacular do atletismo mundial, portanto as desculpas são aceites e acompanhadas de um muito obrigado, por ter levado bem alto o nome de Portugal nestes anos de competição.
Adeus e obrigado.
O atleta português, Francis Obiora Obikwelu nasceu a 22 de Novembro de 1978, em Onitsha, na Nigéria. Praticante de atletismo desde muito novo, Francis Obikwelu aproveitou a oportunidade de ficar em Portugal quando, em 1994, participou no Campeonato Mundial de Juniores, de 400 metros, em Lisboa. Após a competição, Obikwelu não regressou ao país natal, permanecendo, assim, numa situação ilegal. Desenraizado, abandonou temporariamente o mundo do desporto e, ainda com 16 anos, para se sustentar, trabalhou na construção civil. Depois de viver algum tempo em Lisboa, mudou-se para o Algarve, onde Mary Morgan, professora em Loulé, o apoiou no regresso às pistas.
Obikwelu começou, então, a participar em diversas provas internacionais, conseguindo sucessivos lugares de destaque. Em 1996, sagrou-se Campeão do Mundo de Juniores em duas categorias, nos 100 e 200 metros. No ano seguinte, ao participar no Campeonato Mundial, conquistou a medalha de prata na prova de 4x100 metros. Em 1999, além de receber a medalha de bronze na categoria dos 200 metros, no Campeonato Mundial, recebeu o título de Campeão Africano nas categorias de 200 e de 4x100 metros. Até se naturalizar português, em 2001, participou nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e de Sydney, em 2000, nos quais correu ainda pela Nigéria.
A partir do momento em que se naturalizou português, Francis Obikwelu tornou-se um dos mais importantes atletas do nosso país. Em 2002, destacou-se no Campeonato da Europa, no qual recebeu duas medalhas de prata, nas classes de 100 e 200 metros, assim como na Taça do Mundo de Pista, em que subiu ao pódio outras duas vezes, conquistando a medalha de prata nos 100 metros e o Ouro nos 200 metros.Dois anos depois, na sua terceira participação olímpica, em Atenas, a primeira em que representou Portugal, Obikwelu atingiu o momento de maior realização da sua carreira: além de obter um quinto lugar nos 200 metros, venceu a medalha de prata na categoria dos 100 metros, numa corrida notável, em que conquistou, ainda, os recordes nacional e europeu nesta categoria.
Em Agosto de 2006, conquistou duas medalhas de ouro no Campeonato da Europa de Gotemburgo: uma na categoria dos 100 metros e a segunda nos 200 metros. (Fonte:Biblioteca Universal).
publicado por Armando S. Sousa às 13:06

Agosto 17 2008

O maior atleta olímpico de todos os tempos, nasceu em Baltimore, E.U.A., a 30 de Junho de 1985, de seu nome completo Michael Fred Phelps II. Filho de um polícia, Fred Phelps e de uma professora, Debbie Davisson Phelps, o bebé Michael cresceu em contacto com a água; a sua mãe, deixava-o num carrinho de bebé na beira da piscina enquanto as suas irmãs mais velhas, Whitney e Hilary treinavam. Aprendeu a nadar aos 7 anos, no mesmo ano em que os seus pais se divorciaram. Aos 11, bateu o recorde dos Estados Unidos nos 100m mariposa para a sua idade, chamando, dessa forma, a atenção do técnico Bob Bowman. Nesse mesmo ano, 1996, Bowman impressionado com o rapaz chamou-o para o North Baltimore Aquatic Club e traçou um plano para treiná-lo para os Jogos Olímpicos até 2012.
Estreou-se aos 15 anos nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000, tendo obtido o quinto lugar na final dos 200m mariposa. Cinco meses após a sua estreia nuns Jogos Olímpicos, aos 15 anos e 9 meses de idade, bate o recorde desta mesma prova, nos Mundiais de Natação de Fukuoka em 2001, tornando-se o mais jovem nadador de todos os tempos a bater um recorde mundial de natação. Começava desta forma a lenda da natação mundial.
Michael Phelps chega aos Mundiais de Natação de Barcelona em 2003, com a tenra idade de 18 anos mas com a esperança de não deixar os seus créditos, por braçadas alheias. Saiu do certame com quatro medalhas de ouro, nos 200 metros mariposa, 200 metros estilos, 400 metros estilos e estafeta 4x100 estilos e com outros tantos recordes mundiais.
Um ano depois, tornou-se o primeiro nadador a qualificar-se em seis provas individuais para uma edição dos Jogos Olímpicos. Em Atenas, impressionou todo o mundo ao estabelecer novos recordes e subir ao pódio por oito vezes.
Michael Phelps, que tinha apenas 19 anos em 2004, não podia ter começado melhor a sua participação nos Jogos Olímpicos de Atenas, a 14 de Agosto de 2004, ao ganhar a medalha de ouro dos 400 metros estilos, batendo o recorde mundial da distância, fixando-o em 4m8,26s. Os restantes lugares do pódio foram ocupados pelo também norte-americano Erik Vendt (4m11s81) e pelo húngaro Laszlo Cseh (4m12s15).Phelps conquistou, desta forma, a sua primeira medalha olímpica em Atenas, num total de oito provas em que competiu.
A 15 de Agosto de 2004, disputou-se a final da estafeta dos 4x100m livres, ganha pela selecção da África do Sul, que estabeleceu um novo recorde do mundo, com o tempo de 3m13,17s. A Austrália foi medalha de prata e os Estados Unidos medalha de bronze. O terceiro lugar conquistado pela equipa norte-americana deitou por terra a ambição de Phelps de bater o recorde de sete medalhas de ouro conquistadas pelo também norte-americano Mark Spitz, nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.
A 16 de Agosto de 2004, Ian Thorpe, retirou a possibilidade a Michael Phelps de igualar a marca de Mark Spitz nos Jogos Olímpicos de Munique, ao vencer a prova dos 200m livres, com o tempo 1m44,71 s. O holandês Pieter van den Hoogenband, campeão olímpico em Sydney, foi segundo e Phelps terceiro.
A 17 de Agosto de 2004, o jovem prodígio de Baltimore regressa à piscina para ganhar mais duas medalhas de ouro no espaço de uma hora. Primeiro batendo toda a concorrência na final dos 200m mariposa, distância de que é recordista mundial, fixando um novo máximo olímpico (1m54,01s), depois integrando a equipa norte-americana na estafeta dos 4x200m livres com o tempo de 7.07,33 minutos. A Austrália, com 7.07,46 minutos, e a Itália, com 7.11,83, conquistaram as medalhas de prata e bronze, respectivamente.
A 20 de Agosto de 2004, Michael Phelps conquistou a quinta medalha de ouro na final masculina de 100 metros mariposa, com o tempo de 51,25 segundos (novo recorde olímpico) e anuncia que abdicou de participar na prova de 4x100m estilos, a favor do nadador Ian Crocker, alegando que os Estados Unidos chegaram a Atenas como equipa e que vão sair de Atenas também como equipa. A equipa dos Estados Unidos ganhou a medalha de ouro, e como Michael Phelps tinha participado nas eliminatórias, automaticamente ganhou a medalha de ouro, a sexta nos Jogos Olímpicos de Atenas.
Com as oito medalhas conquistadas, em Atenas, Michael Phelps tornou-se o atleta com maior número de medalhas ganhas numa única Olimpíada, quebrando o recorde que pertencia a Alexander Dityatin desde os Jogos Olímpicos de Moscovo.
Os seus títulos internacionais e os seus vários recordes mundiais, fizeram com que ele fosse designado o Nadador do Ano por três vezes, em 2003, 2004, e 2006.
Em Novembro de 2004, o menino exemplar foi preso por conduzir com álcool na sua cidade natal, Baltimore.
A multa foi a bagatela de 310 dólares, mas o facto foi empolado pelos jornais, numa altura em que Michael Phelps colhia os louros pela sua excelente prestação em Atenas. Phelps teve de comparecer a uma aula sobre condução e alcoolismo e fazer trabalho social, dando palestras a estudantes sobre os perigos do álcool e das drogas ilegais.
Nos Mundiais de Natação de Montreal em 2005, Michael Phelps junta mais cinco medalhas de ouro ao seu currículo: medalhas de ouro, nos 200 metros livres, 200 metros estilos, estafeta 4x100 livres, estafeta 4x200 livres, estafeta 4x100 estilos.
Em 2007 Michael Phelps partiu para os Mundiais de Natação em Melbourne com o sonho de conquistar oito medalhas de ouro, mas o seu compatriota, Ian Crocker, fez uma falsa partida que desqualificou a equipa de estafeta americana de 4x100 metros estilos nas eliminatórias, levando o “Baltimore Kid” a adiar o sonho.
Phelps "apenas" ganhou sete medalhas, igualando assim a proeza do seu compatriota Mark Spitz. Michael Phelps venceu as sete finais em que participou, um resultado ainda melhor do que o de Mark Spitz nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, pois conquistou cinco títulos individuais em Melbourne, enquanto Spitz só ganhou quatro.
Nestes Mundiais, Phelps, que na altura tinha 21 anos, tornou-se o nadador com mais medalhas na história dos Mundiais (20) de natação. Ultrapassou também o australiano Ian Thorpe, já retirado, que venceu seis provas em Fukuoka, em 2001.
Em Melbourne, Phelps foi o primeiro nos 200 livres, 100 e 200 mariposa, 200 e 400 estilos, individualmente, a que juntou os títulos colectivos das estafetas de 4x100 e 4x200 livres, integrado na equipa dos Estados Unidos.
O corpo de Michael Phelps foi moldado para viver na água; têm uns braços extremamente compridos - a distância entre uma mão e outra, quando está de braços abertos, é maior que a altura de seu corpo - que garantem braçadas excepcionalmente fortes. Além disso, Michael Phelps possui pernas curtas, que oferecem menor resistência à água e auxiliam na flutuação. Quando está fora da água, o nadador parece um “pinguim”.
Em Janeiro, deste ano, Michael Phelps seguiu para o Centro de Treino Olímpico, dos Estados Unidos para um mês de preparação. Nadou cerca de 12 a 16 quilómetros por dia, combinando a rotina da natação com musculação, exercícios cardio-respiratórios e, principalmente, treinos para grandes altitudes. A rotina normal de treino de Michael Phelps inclui, além das piscinas, musculação todas as manhãs e exercícios específicos de preparação física, dentro e fora da água.
Este intensivo treino, tem apenas um objectivo: conquistar as oito medalhas de ouro com que sonha nos Jogos Olímpicos de Pequim e superar a marca histórica do nadador americano Mark Spitz, que conquistou sete medalhas de ouro nos Jogos de Munique, em 1972.
No dia 9 de Agosto, Michael Phelps começou da melhor maneira a sua participação nas Olimpíadas de Pequim ao vencer a medalha de ouro dos 400 metros estilo com o tempo recorde de 4:03:84 que passa a constituir novo máximo mundial.
No dia 11 de Agosto, na prova mais espectacular, até agora, de natação destes Jogos Olímpicos, Michael Phelps manteve vivo o sonho de bater o recorde de Mark Spitz ao vencer a final da estafeta dos 4x100m livres. Com uma incrível ultrapassagem nas últimas braçadas, a equipa dos Estados Unidos garantiu a vitória e bateu o recorde mundial com o tempo de 3m08s24, uns incríveis 3s99 abaixo da anterior marca, conquistada na véspera pelos próprios EUA, com a equipa de reserva.
Michael Phelps, Garrett Weber-Gale, Cullen Jones e Jason Lezak foram os nadadores que conseguiram a façanha.
No dia 12 de Agosto de 2008, Michael Phelps conquistou mais uma medalha de ouro com recorde mundial em Pequim, e entrou de vez para a história dos Jogos Olímpicos. O nadador de Baltimore venceu a final dos 200m livres, realizada no Cubo de Água, com o tempo de 1m42s96, e igualou o recorde histórico de nove medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos.
Com nove medalhas de ouro, Michael Phelps igualou o recorde de Carl Lewis (atletismo, em quatro J.O.), Mark Spitz (natação, em dois J.O.), Paavo Nurmi (atletismo, em três J.O) e Larissa Latynina (ginástica, em três J.O). O nadador americano, também se tornou o atleta que mais vezes estabeleceu recordes mundiais. Até ao momento, Michael Phelps já estabeleceu 24 novos recordes mundiais.
No dia 13 de Agosto, o “Baltimore Kid” tornou-se no atleta com maior número de medalhas de ouro em Jogos Olímpicos, depois de ganhar mais duas em Pequim. O nadador norte-americano bateu o recorde de medalhas de ouro ao vencer as finais dos 200m mariposa e da estafeta 4x200m livres com mais dois recordes mundiais (1m52s03 e 6m58s56), na piscina do Cubo de Água, em Pequim.
Com onze medalhas de ouro em três Olimpíadas (Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008), Michael Phelps supera as nove medalhas douradas conquistadas por Carl Lewis, Mark Spitz ,Paavo Nurmi e Larissa Latynina.A juntar a estas onze medalhas já conquistadas há o facto de cada vez que Michael Phelps entra na água, bater mais um recorde mundial. Neste momento já bateu por 26 vezes os recordes mundiais nas diferentes categorias.

Aos onze títulos de Michael Phelps há que juntar ainda as duas medalhas de bronze conquistadas em Atenas. Com treze medalhas olímpicas no total, Michael Phelps pode ainda bater o recorde, de atleta masculino com mais medalhas olímpicas, detido pelo ginasta soviético Nikolai Andrianov, vencedor de 15 medalhas (sete de ouro, cinco de prata e três de bronze, em Munique 1972, Montreal 1976 e Moscovo 1980).
Depois de um dia de descanso, Michael Phelps entra novamente em acção a 15 de Agosto, para conquistar a sua sexta medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, ao vencer a final dos 200 metros estilos e com novo recorde Mundial. Michael Phelps consegue um pleno: seis finais, seis medalhas, seis recordes do mundo.
O “Baltimore Kid” cumpriu a prova em 1m54,23s e melhorou em 57 centésimos de segundo o anterior recorde (1m54,80s), que já lhe pertencia e tinha sido estabelecido a 4 de Julho de 2008, em Omaha, Estados Unidos.
A medalha de prata foi para o húngaro Laszlo Cseh, que nadou em 1m56,52s, enquanto o também norte-americano Ryan Lochte foi medalha de bronze com 1m56,53s.
No dia 16 de Agosto, Michael Phelps entra no Cubo de Água, para disputar os 100 m mariposa, a única distância em que compete que não é recordista mundial. O recorde da distância pertence ao seu compatriota, amigo e rival, Ian Crocker.
Era a prova de fogo rumo à conquista das almejadas oito medalhas nos Jogos. Após uma emocionante final, Michael Phelps vence a sua sétima medalha, com o recorde olímpico de 50s58, com uma vantagem de apenas um centésimo de segundo, sobre o nadador sérvio Milorad Cavic, antigo recordista olímpico.
Ian Crocker, recordista mundial da distância, que era considerado como o único capaz de travar Michael Phelps rumo à conquista das oito medalhas de ouro, quedou-se pelo quarto lugar a um centésimo do australiano Andrew Lauterstein.
Com esta vitória Michael Phelps igualou o recorde de 36 anos do seu compatriota Mark Spitz e também, o recorde de atleta masculino com mais medalhas olímpicas, detido, até hoje, pelo ginasta soviético Nikolai Andrianov, vencedor de 15 medalhas (sete de ouro, cinco de prata e três de bronze, em Munique 1972, Montreal 1976 e Moscovo 1980).
No último dia da natação nestes Jogos Olímpicos, 17 de Agosto de 2008, Michael Phelps entrou no Cubo de Água, com um único objectivo: ganhar a sua oitava medalha de ouro e bater o mítico recorde do seu compatriota Mark Spitz, conseguido nos Jogos de Munique em 1972.
Phelps venceu.
Na equipa norte-americana de estafeta dos 4x100 metros estilos, Michael Phelps nadou o terceiro percurso (mariposa), depois de Aaron Peirsol (costas) e Brendan Hansen (bruços), e passou a equipa do terceiro para o primeiro lugar, que Jason Lezak (livres) não deixou fugir. No final a equipa americana registava um novo máximo mundial com o tempo 3m29,34s, o vigésimo sétimo recorde mundial da sua carreira.
Com esta vitória, Michael Phelps passou a somar 14 medalhas de ouro olímpicas (ganhou seis em Atenas 2004), reforçando um recorde que havia batido a 13 de Agosto.
Também, com a medalha esta medalha (16 medalhas olímpicas no total), Phelps passou a ser o atleta masculino mais medalhado de sempre, estando, em absoluto, no segundo lugar a duas medalhas da ginasta soviética Larissa Latynina, que em três participações olímpicas (1956, 1960 e 1964), subiu 18 vezes ao pódio, recebendo 9 medalhas de ouro, 5 de prata e 4 de bronze. Um registo a bater nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012.
O mito Phelps ganhou nestes Jogos Olímpicos os 400 estilos (4m03,84s), os 4x100 livres (3m08,24s), os 200 livres (1m42,96s), os 200 mariposa (1m52,03s), os 4x200 livres (6m58,56s) e os 200 estilos (1m54,23s) e os 4x100 metros estilos (3m29,34s) todas estas vitórias com recordes mundiais, e os 100 mariposa (50,58s), com recorde olímpico.
Phelps Suspenso por 3 Meses
(Fontes: Wikipédia, Lusa, O Globo, Site Oficial de Michael Phelps, DN e Público).
publicado por Armando S. Sousa às 10:21

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