
Alberto Pincherle nasceu em Roma em 28 de Novembro de 1907. Renunciaria anos mais tarde ao apelido judaico de seu pai (Carlo Pincherle Moravia), devido ao regime fascista, que começava a incomodar todos os judeus. Adoptou o apelido da sua avó paterna, e assim ficou mundialmente conhecido: Alberto Moravia. Tendo sofrido de tuberculose durante toda a sua infância, Moravia viveu toda a sua juventude internado em sanatórios e tornou-se um verdadeiro autodidacta.
Ele próprio aponta os factos decisivos da sua biografia: “O primeiro passou-se na minha juventude, quando estive cinco anos preso à cama, atingido pela tuberculose. O segundo foi o triunfo do fascismo, ao qual me opus, e que me proibiu de publicar o que pretendia. Estes dois factores formaram o meu carácter.”
Aos 22 anos estreia-se com Os Indiferentes, uma condenação moral do cinismo da burguesia, romance muito bem recebido pela crítica e pelo público; em 1935, com a publicação de La Bella Vita e de Le Ambizioni Sbagliate, a reacção da Itália oficial à obra de Moravia torna-se mais áspera. Alberto Moravia é proibido de publicar as suas obras e começa a ser perseguido.
Face estas perseguições do regime fascista de Mussolini, resolveu expatriar-se, primeiro para os EUA e depois para a China e Índia.
Em 1941 Alberto Moravia casou-se com a escritora Elsa Morante autora do romance "La Storia", que aborda as relações sociais durante os anos da Grande Guerra.
Regressa a Itália no final da Segunda Guerra Mundial e é daí em diante que publica a parte mais importante da sua obra. Em 1947 publica A Romana, crónica social do regime fascista Mussolini.
Os seus conhecimentos do humano, de diversos ambientes, aliados à perspectiva histórica a que nunca subtrai as suas personagens, continuarão a revelar-se em, A Desobediência (1948), O Conformista (1951) O Desprezo (1954) O Tédio (1960) e A Atenção (1965) e tantos outros pontos altos da vida literária de um romancista, ensaísta e polemista notável da cultura europeia, cuja a atenção se fixa sobre o estudo e condições objectivas, para nelas explorar todas as implicações psicológico-morais e sociais.
Nos anos cinquenta do século passado, depois de ter sido perseguido pelo fascismo, arranjou um outro inimigo de peso: O Vaticano. Todas as obras editadas por Alberto Moravia neste período, são condenadas pelo Vaticano devido “à linguagem realista e às temáticas indecentes”.
A Ciociara (1957) é no entender de Carlo Salinari, um dos maiores críticos italianos, “o romance mais acabado e bem realizado de Moravia, porque nele a dialéctica “normalidade-anormalidade” coincide com a relação histórica de “paz-guerra” e, dessa forma, a normalidade transforma-se numa aspiração consciente temperada pela dor, para superar as misérias, o luto e as destruições da guerra.”
No final dos anos cinquenta, surge o reconhecimento internacional de Alberto Moravia, quando este, ocupou a presidência do Pen Club Internacional entre os anos de 1959 e 1962, e é proposto por duas vezes, ao Nobel da Literatura.
Vários livros seus foram adaptados ao cinema, de entre eles O Desprezo (1963) realizado por Jean-Luc Godard e O Conformista, do realizador Bernardo Bertolucci, em 1970. O filme de 1960 do realizador italiano Vittorio de Sica, La Ciociara (Duas Mulheres em português), baseado na obra homónima de Moravia, daria nesse ano o Óscar de melhor actriz, a Sophia Loren.
Em 1984 é eleito pelo Partido Comunista deputado ao Parlamento Europeu, cargo que ocupou até à sua morte, ocorrida em Roma , a 26 de Setembro de 1990..