A Fábrica

Dezembro 29 2006

… Não sabe o que é o “YouTube”.
… Não sabe que o genocídio no Darfur continua, e o “Ocidente” assobia para o lado.
…Não ouviu falar das “Caricaturas de Maomé” e não viu as tristes manifestações contra a Dinamarca.
…Não ouviu George Bush, 50 000 mortos depois, a aceitar que a Guerra no Iraque, está perdida.
…Pensa que Guantánamo é uma estância turística em Cuba.
... Não sabe que o "Polvo" no Brasil tem nome de "Lula".
…Não ouviu falar do programa nuclear iraniano.
…Pensa que não tem nada a ver com o aquecimento global.
…Não ouviu falar do “Referendo ao Aborto”, pelo menos 1420 vezes.
... Não ficou farto do eterno julgamento do “Processo Casa Pia”.
… Viu a floresta portuguesa sem incêndios.
... Não chamou os políticos de incompetentes, pelo menos uma vez por dia.
... Não ouviu as palavras “invasão fiscal”, “fraude fiscal” e “corrupção fiscal”, pelo menos, dia sim, dia não.
…Não ouviu falar, pelo menos 982 vezes, do processo “Apito Dourado”.
…Não ouviu 365 vezes o Primeiro-ministro de Portugal dizer que a economia está a crescer.
…Ouviu a oposição ao Governo socialista, com alguma ideia para o País.
…Não ouviu a vazia expressão “choque tecnológico”, falhado, pelo menos 362 vezes.
…Não sabe que o Rui Rio comemora o “dia do trabalhador” no dia 26 de Dezembro.
…Não sabe que acabou o “Independente” e o “Sol” brilha.
... For judeu. Nesse caso viveu em 5766.
... Não chamou, pelo menos uma vez, gatuno ao árbitro, num jogo de futebol.
... Não participou num evento qualquer, para bater um recorde qualquer, para poder inscrever o nome no “Guiness Book of Records”.
... Não recebeu, pelo menos, 361 e-mails, a dizer “não quebre esta corrente”.
…Não recebeu independentemente do sexo, pelo menos, 720 e-mails, com oferta de produtos para aumentar o tamanho do seu pénis.
… Não sabe quem é a “Floribella”, ou se pensa que “Morangos com Açúcar” é o nome de uma sobremesa.
…Pensa que D’ZRT, são as inicias dos nomes de quatro palhaços.
…Não sabe quem escreveu o livro “Eu, Carolina”, ò i, ò ai.
...
...Segundo a Maria Paulino, não visitou A Fábrica.
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Desejo a todos um Ano 2007 repleto de saúde, amor, alegria e muita Paz.
Que seja o Ano de todas as vossas realizações pessoais.
Façam o favor de ser felizes.
Um abraço a todos.
publicado por Armando S. Sousa às 18:56
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Dezembro 25 2006

O lendário cantor norte-americano James Brown, conhecido como o “pai da Soul”, morreu hoje, aos 73 anos, num hospital de Atlanta, Estados Unidos, anunciou o seu agente. Brown, pioneiro da música soul faleceu à 01:45 locais (06:45, hora de Lisboa) no Hospital Emory Crawford Long, onde tinha dado entrada domingo na sequência de uma forte pneumonia. Célebre pela sua voz imponente e pelos movimentos frenéticos, tendo protagonizado temas como “I Got You (I Feel Good)” ou “Please Please Please” que fizeram do lendário cantor “o pai da Soul”. O sentido inovador de ritmo converteu Brown num dos músicos norte-americanos mais influentes dos anos 50, que reconhecidamente inspiraram Mick Jagger, Michael Jackson e David Bowie, entre outros. Nascido em Barnwell, Carolina do Sul, foi deixado ao cuidado de familiares e amigos aos quatro anos de idade, crescendo, pobre, nas ruas de Augusta, Geórgia. Em 1949, quando frequentava o oitavo ano, surgiram os primeiros problemas com a justiça, cumprindo mesmo três anos e meio de prisão num reformatório, devido a assaltos a carros. Foi aí que conheceu Bobby Bird, líder do grupo Gospel Starlights, que viria a integrar. Pouco depois a banda muda o seu nome para Famous Flames, dedicando-se ao R &B (Rhythm and Blues). Em Janeiro de 1956,a editora King Records, de Cincinnati, assinou contrato com o grupo e quatro meses depois “Please, Please, Please” estava no top-10 de R&B. O grande sucesso seguinte foi “Try Me”, em 1958. Em 1962, James Brown grava um álbum ao vivo no Apollo de Nova Iorque, considerado sucesso colossal. Dois anos depois inicia uma carreira a solo e conhece os seus primeiros grandes sucessos como tal: o álbum “Out of Sight” contém músicas como “Papa‘s Got a Brand New Bag” e “I Got You (I Feel Good). “Say it Out Loud_I‘m Black and I‘m Proud”, foi outro dos seus grandes sucessos, em 1968. “Lembro-me perfeitamente de nos apelidarmos “de cor” e depois dessa canção, começamos a chamar-nos de “negros”, disse em 1993. Outro ponto alto da sua carreira aconteceu em 1970, com o tema “Sex Machin e”, que provavelmente o apelidou de “o pai do Soul”. A sua carreira é depois relançada em 1986, com o filme “Rocky IV” e a inclusão do tema “Living in América”. Desde 1986, James Brown misturou estadas na prisão, curas de desintoxicação e discos de qualidades diversas, numa vida marcada por excessos em todos os sentidos. Em 1992, Brown ganhou um Grammy de carreira e outros dois em 1965 e 1987, com os temas “Papa‘s Got a Brand New Bag” e Living in América”, respectivamente. “Mr. Dinamite”, como era também conhecido, gravou mais de 50 álbuns e nunca revelou a sua verdadeira idade, situando a sua data de nascimento entre 1928 e 1933. Lusa.
publicado por Armando S. Sousa às 14:10
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Dezembro 22 2006
A TODOS UM FELIZ NATAL!
publicado por Armando S. Sousa às 13:16

Dezembro 21 2006
1.Quantos anos durou a “Guerra dos Cem Anos”?
a) 101 anos.
b)106 anos.
c)116 anos.
d)100 anos.

2.Em que país se fabricam os famosos chapéus “Panamá”?
a) Venezuela.
b)Panamá.
c)Equador.
d)Nicarágua.

3.De que animais se obtém as cordas de tripa de gato?
a) gato e cabra.
b) gato e cavalo.
c) ovelha e cabra.
d)ovelha e cavalo.

4.Em que mês celebram os russos a Revolução de Outubro?
a) Outubro
b)Maio
c)Novembro
d)Junho

5.De que são feitos os pincéis de pêlo de camelo?
a)Camelo
b) Esquilo
c)Cavalo
d) Cabra

6.Que animal deu origem ao nome das Ilhas Canárias?
a) Cão
b) Gaivota
c)Canário
d)Cabra

7.Qual era o primeiro nome do rei inglês Jorge VI?
a) Jorge
b)Alberto
c)William
d) Charles

8.De que cor é caixa negra dos aviões?
a) laranja
b)preta
c)vermelha
d)rosa

9.Que clube comemorou 75 anos em 1981 e o Centenário em 1993?
a) F.C. Porto
b)F.C. Porto
c)F.C. Porto
d)F.C. Porto

BOM TESTE.
publicado por Armando S. Sousa às 14:14

Dezembro 20 2006

Hoje em dia já quase todas as pessoas ouviram falar em auditoria.
Mas afinal o que é a auditoria? Qual o seu objectivo? Qual a sua importância no nosso dia-a-dia?
A palavra auditoria deriva do verbo latino “audire” que significa ouvir, isto porque nos primórdios os auditores tiravam conclusões e credibilizavam a informação que ouviam. Nos dias de hoje, os auditores emitem uma opinião por escrito, sob a forma de relatório ou parecer, após análise de informação.
Actualmente e de uma forma genérica, a auditoria tem como finalidade avaliar os procedimentos a nível interno de uma empresa, bem como, credibilizar a sua informação que é transmitida ao exterior. Deste modo, a auditoria subdivide-se em e auditoria interna e auditoria financeira.
A auditoria financeira, tem como objectivo credibilizar a informação financeira da empresa, expressa por meio do balanço (projecta o património da empresa, ou seja, o conjunto de bens, direitos e obrigações) e da demonstração de resultados (revela os custos, proveitos e resultados num determinado período).
Esta informação financeira vai ser utilizada por diversas entidades (pessoas singulares e colectivas), que no dia-a-dia têm relação com a empresa, nomeadamente, trabalhadores, clientes, fornecedores, entidades bancárias e Estado. A credibilização da informação é importante a todas estas entidades, em diferentes perspectivas, pois transmite confiança, segurança, equilíbrio e bem-estar. Aos colaboradores assegurando que receberão todos os seus direitos, o que contribui para a sua motivação; aos clientes, é uma garantia de capacidade de entrega atempada e qualidade dos seus produtos, enquanto que para os fornecedores, assegura que a empresa cumpre com as suas obrigações. Para o Estado, a informação permite saber se a empresa cumpre os seus compromissos fiscais. Finalmente, a informação credibilizada é muito importante na medida em que auxilia os bancos na tomada de decisões para conceder financiamentos.
A auditoria interna analisa e melhora a eficiência dos processos de gestão, controle e qualidade de uma empresa. Esta permite aumentar a qualidade do serviço prestado em vários domínios, nomeadamente, qualidade e design do produto, optimização das compras e gestão de stocks, politicas de marketing, engenharia e investigação, força de vendas, serviços administrativos, entre outras. Ao contrário da auditoria financeira, “olha com uma atitude critica para dentro da empresa”, tendo como objectivo melhorar os procedimentos internos da empresa e não a credibilização da informação para consulta de entidades externas.
A auditoria não é nada sem a figura do auditor. O auditor é a pessoa que emite a sua opinião, das demonstrações financeiras ou dos procedimentos internos, através de um relatório ou parecer sob a forma escrita, expresso de uma forma positiva, clara, concisa, objectiva, imparcial e independente. O auditor poderá ser interno, quando pertence aos quadros da empresa auditada, ou externo, quando pertence aos quadros de uma empresa externa. A auditoria financeira só pode ser efectuada por auditores externos.
Em suma, a auditoria ajuda a credibilizar a própria empresa pois preocupa-se em apresentar uma imagem verdadeira e apropriada da empresa para todos aqueles que necessitam desta informação, bem como, fazer com que a empresa melhore os procedimentos de forma a aumentar a sua eficiência, rentabilidade e qualidade.
Ainda acha, que a auditoria é um bicho-de-sete-cabeças?
Mário Costa, economista.
Mário Costa, em colaboração com Bebiana Barbosa, Marta Ribeiro, Natália Ferreira, Paulo Bastos.
Artigo elaborado no âmbito do Curso de formação profissional em Auditoria Financeira e Controlo Interno – Acção Financiada pelo F.S.E. e Estado Português – Acção II, promovido pela Associação Empresarial de Penafiel (AEP).
Com a edição deste artigo, inaugura-se aqui n'A Fábrica uma secção a que se chamará, " A Fábrica feita pelos seus leitores".
Se tem algum artigo que queira ver publicado, neste blogue, faça o favor de o enviar por e-mail.
publicado por Armando S. Sousa às 11:13

Dezembro 19 2006

“Sim, tu. Tu controlas a Idade da Informação. Bem vindo ao teu Mundo”, lê-se na capa da revista Time.
Tu, (você) que estás a ler este post és uma das pessoas, para a revista Time, que sucede a Bono Vox, Bill e Melinda Gates como a “Pessoa do Ano”.
“Por trabalhar a troco de nada e ganhar aos profissionais no seu próprio jogo, a figura do ano és tu”, é com uma frase simples, que a revista norte-americana nos presta homenagem.
A justificação para a atribuição de tão ilustre distinção, relaciona-se com o êxito dos utilizadores de blogues e outros espaços na Internet, como o YouTube e o MySpace e ainda o serviço público da Wikipédia, que colocam o cidadão comum no centro da sociedade de informação, simultaneamente como consumidor e como produtor.
É o reconhecimento da revolução, em curso, das fontes informativas!
publicado por Armando S. Sousa às 12:41
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Dezembro 16 2006

( O Grito - Eduard Munch)

A receita já é conhecida – cria-se uma cena dramática, solicitam-se opiniões a sábios, expõem-se os objectivos, define-se o modus operandi e engana-se o povo.
Atinemos nas peripécias com a tão proclamada reforma da Administração Pública com o propósito de privatizar os serviços públicos e de como alguns grupos financeiros estão afiando os dentes à procura de aumentar os seus lucros à custa do Estado e dos utentes.
Cria-se a ideia que o País tem “Estado” a mais e faz-se recair o odioso do mau funcionamento dos Serviços da Administração Pública na existência de um regime laboral específico da Função Pública.
A partir daqui vale tudo! Proliferam e vociferam as vozes contra os trabalhadores: a improdutividade e o mau desempenho, as regalias e mordomias, seu número exagerado, a má qualidade do serviço prestado, os enormes encargos que acarretam, e tudo o mais que sirva para denegrir a imagem destes servidores. De tal modo que um pacato cidadão depois de tanto massacrado com tamanhas enormidades fica revoltado e junta a sua voz a todos que gritam abaixo o Estado! Viva a livre Iniciativa! Viva a concorrência! A economia! O mercado! Viva! Tudo o que é privado é bom! Tudo que é público é mau! Viva! Viva a estupidez! Viva! Viva! Viva!
Criado o cenário é preciso passar à fase seguinte, cortam-se as regalias, despedem-se milhares de trabalhadores, aumenta-se a idade da reforma, aumentam-se os descontos, congela-se a progressão na carreira, diminui-se a remuneração e as pensões, altera-se o estatuto do funcionário e o seu vinculo, encerram-se serviços, prometem-se muitas mais medidas que estarão a ser “paridas” a qualquer momento e tudo isto, segundo o ministro das finanças, para o bem dos trabalhadores (!).
Entretanto são criadas duas empresas públicas para gerir pessoas, finanças e compras do Estado, as denominadas GeRAP e ANCP, mais ágeis e flexíveis a gerir a coisa pública com critérios e métodos empresariais.
Mas o pacato cidadão revoltado agora ficou perplexo e parece-lhe que, com a criação destas empresas públicas, o governo estará a tirar de um lado para por no outro, com a agravante (comprovada) de que a externalização de serviços é mais onerosa para o Estado.
Mas meu caro cidadão pacato revoltado e perplexo acrescente mais um estado ao seu ânimo e fique também estupefacto com tanta esperteza do Governo. Então não é que o próprio diploma que cria as ditas empresas também prevê que os serviços do Estado podem, se bem o entenderem, recorrer a serviços privados (de acordo com a lei do mercado) e como é previsível que aquelas empresas não vão ter capacidade concorrencial (até pela aplicação do principio demonstrado de que tudo o que é público é caro e mau) este será assim apenas um meio expedito de escancarar as portas ao sector privado.
(Se não fossemos bem intencionados até poderíamos pensar que se aquelas empresas não vão afinal prestar qualquer serviço, estarão a ser criadas apenas para colocar uns amigos entretanto desocupados pela extinção de serviços).
As privatizações irão alargar-se e entrar desde logo nas áreas da educação e saúde, aplicando-se o principio do utilizador pagador (quem quer paga) mas, o governo com a sua vertente socialista não se esquecerá dos pobres e na sua vocação reformista já estará a pensar em reconverter alguns antigos asilos, hospícios, reformatórios e outras instituições de caridade para que ninguém fique de fora deste desígnio nacional.
JORGE GASPAR.
publicado por Armando S. Sousa às 13:23

Dezembro 15 2006

Maria José Morgado foi nomeada ontem para dirigir e coordenar todos os processos relativos ao caso "Apito Dourado", tendo como objectivo "uma coordenação eficaz no sentido de imprimir dinâmica e rigor necessários à descoberta daverdade material", segundo a Procuradoria Geral da República.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República,Maria José Morgado foi escolhida para dirigir a equipa do Ministério Público para todos os inquéritos já instaurados ou a instaurar conexos com o processo "Apito Dourado", sobre corrupção no futebol.
Ao jornal Público, a procuradora-geral adjunta disse que vai começar a trabalhar desde de já e que,"Precisamos que acreditem em nós, Ministério Público, na polícia e nos tribunais. Por isso, a hora é de trabalhar e não de falar", disse Maria José Morgado.
Eu acredito.
Creio na justiça mas acima de tudo, acredito na capacidade de trabalho da procuradora-geral adjunta, o “Giovanni Falcone Português”, para que este caso não passe à história, como uma página negra da Justiça .
É de louvar a primeira grande decisão do novo Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, ao escolher a incorruptível Maria José Morgado para coordenar os processos referentes ao “Apito Dourado”.
Quis o destino, esse irónico destino, que no curto espaço de uma semana, duas mulheres tenham tomado conta do futebol português e que prometem abalar fortemente os seus alicerces.
Na semana passada o livro da "ex. Primeira-dama portista", Carolina Salgado, que teve o condão de trazer, novamente, para as primeiras páginas da imprensa portuguesa o fenómeno da corrupção desportiva e despertou a letárgica Justiça para o combate ao "polvo". Ontem, a nomeação, de Maria José Morgado, para tutelar as investigações do processo "Apito Dourado".
Com Maria José Morgado à frente das investigações do processo “Apito Dourado” renasce a esperança de um combate, justo e sem tréguas, ao fenómeno da corrupção desportiva.
Os indiciados no processo "Apito Dourado", tem uma razão extra para estarem apreensivos porque todos aqueles que têem um dedo metido no fenómeno da corrupção desportiva, certamente, Maria José Morgado levá-los-á a julgamento.
publicado por Armando S. Sousa às 12:17

Dezembro 14 2006
Há umas semanas atrás, em plena "crise dos comentários", uma leitora enviou-me uma versão portuguesa do poema "IF" de Rudyard Kipling, em jeito de agradecimento pela minha postura na gestão dessa crise, modéstia à parte.
O poema "Se..." é um dos poemas da minha vida. Há muitas traduções deste poema em português, mas a que mais gosto, especialmente quando declamada por João Villaret é a versão, abaixo postada. Eis o poema, que partilho convosco:

SE...

Se podes conservar o bom senso e a calma
Num mundo a delirar, para quem o louco és tu.
Se podes crer em ti com toda a força da alma
Quando ninguém te crê. Se vais faminto e nu
Trilhando sem revolta um rumo solitário.
Se à torpe intolerância, se à negra incompreensão,
Tu podes responder subindo o teu calvário
Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão.
Se podes dizer bem de quem te calunia,
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor
Mas sem a afectação de um santo que oficia,
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor.
Se podes esperar sem fatigar a esperança,
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho,
Fazer do pensamento um arco de aliança
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho.
Se podes encarar com indiferença igual
O triunfo e a derrota, eternos impostores!
Se podes ver o bem oculto em todo o mal
E resignar sorrindo ao amor dos teus amores.
Se podes resistir à raiva e à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega eivadas de peçonha
Com falsas intenções que tu!... jamais lhe deste!
Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas por malsins, desorientando o povo,
E sem dizeres palavra e sem um termo agreste
Voltares ao princípio para construir de novo.
Se puderes obrigar o coração e os músculos
A renovar um esforço há muito vacilante,
Quando no teu corpo já afogado em crepúsculos
Só exista a vontade a comandar – Avante!
Se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre,
Se vivendo entre os reis conservas a humildade
Se inimigo ou amigo, poderoso ou pobre,
São iguais para ti à luz da eternidade.
Se quem conta contigo encontra mais que a conta,
Se podes empregar os sessenta segundos
De cada minuto que passa em obra de tal monta
Que o minuto se espraia em séculos fecundos.
Então, ao ser sublime o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os templos, os espaços,
Mas ainda para além um novo sol rompeu
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos.
Pairando numa esfera acima deste plano
Sem recear jamais que os erros te retomem,
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te meu filho... Então serás um HOMEM!
Joseph Rudyard Kipling nasceu em Bombaim em 30 de Dezembro de 1865 e morreu en Inglaterra a 18 de Janeiro de 1936. Foi educado na Universidade United Services em Westward Ho!, na Inglaterra, que lhe proporcionou o cenário para Stalky and Co. (1899); trabalhou como jornalista na Índia, entre 1882 e 1889, escrevendo, ao longo destes anos, Plain Tales from the Hills, Soldiers Three (1890), Wee Willie Winkie (1890), e outras obras. Regressado a Londres, publicou The Light that Failed (1890) e Barrack-Room Ballads (1892), altura em que foi viver para os EUA, onde ficou até 1896; aí elaborou os dois Livros da Selva e Captains Courageous (1897).
Instalado no Sussex, no sudoeste de Inglaterra, publicou Kim, cuja acção decorre na Índia, Just So Stories, Puck of Pook’s Hill e Rewards and Fairies (1910).
Para a popularidade de Kipling contribuíram os poemas Danny Deever, Gunga Din e If, que expressam uma empatia com a experiência comum, em conjunto com um sentido intenso da «Englishness», por vezes denegrida como um género de imperialismo jingoísta.
Recebeu o Prémio Nobel da Literatura, em 1907, e a sua obra tem sido cada vez mais valorizada devido à complexidade da caracterização e aos subtis pontos de vista morais.
publicado por Armando S. Sousa às 14:02
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Dezembro 14 2006
“Dizem que Fidel Castro é comunista só porque ele é da oposição. Na realidade Fidel está mais à direita do que o General Fulgêncio Batista”

Editorial da revista The Economist (1958).

Esta citação tem um lugar de destaque no anedotário mundial.
publicado por Armando S. Sousa às 11:18

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