A Fábrica

Janeiro 31 2006

O patrão da Microsoft está em Portugal para participar no “Government Leaders Forum”, organizado pela sua empresa e que Lisboa acolhe este ano - um fórum de discussão alargado a governantes de diferentes países europeus, para discutir práticas de governação e os contributos que as novas tecnologias podem dar nesse domínio.
Bill Gates vai falar, sobre o tema "os desafios da modernização administrativa", para uma audiência que, além de praticamente todo o Executivo, tem também a presença dos presidentes dos governos regionais, o presidente da Assembleia da República ou o Procurador-geral da República.
Antes da conferência, o Presidente da República, Jorge Sampaio, reúne-se com Bill Gates e condecora-o pelo seu papel no combate à pobreza e às doenças no mundo, nomeadamente em Moçambique e Angola.
Bill Gates será agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique «pelo seu esforço e dedicação no combate à pobreza e às doenças no Mundo, especialmente em África e nos países de língua oficial portuguesa», de acordo com uma nota oficial da Casa Civil do Presidente da República. Com LUSA.
William Henry Gates III, ou Bill Gates o homem mais rico do Mundo, nasceu em 28 de Outubro de 1955 numa família de posses, o seu pai, William H. Gates II, era advogado de grandes empresas e sua mãe, Mary Gates, era professora e membro do conselho da Universidade de Washington e presidente da United Way International. Cresceu em Seattle, ao lado das suas duas irmãs.Bill Gates, e as suas duas irmãs, sempre frequentaram as melhores escolas da sua cidade natal. Sempre gostou de ciências, sobretudo de computadores, e, aos 13 anos, já tinha desenvolvido o seu primeiro software.
Em 1973, Bill Gates entrou para a Universidade de Harvard, onde conheceu Paul Allen (co-fundador da Microsoft) e Steve Ballmer (actual presidente da Microsoft). Em Harvard, Gates desenvolveu uma versão da linguagem de programação BASIC para o primeiro microcomputador pessoal, o MITS Altair 8000, produzido no mesmo ano. O sucesso na comercialização daquele produto e a convicção de que, no futuro, o computador seria uma ferramenta de trabalho preciosa levaram, aos 19 anos, Bill Gates a abandonar o curso de economia e em conjunto com Paul Allen, a criarem a empresa Microsoft.
Guiado pela certeza de que o computador viria a tornar-se uma importante ferramenta em todo o mundo, começou a desenvolver softwares para computadores pessoais.
Em 1980 a empresa deu um passo decisivo ao adquirir da Seattle Computer Products o sistema operativo QDOS, vendido logo a seguir para a IBM, que preparava-se para lançar no mercado o primeiro PC . No contrato com a IBM, a Microsoft cedeu o MS-DOS e o Basic sem restrição para o número de microcomputadores IBM onde os programas seriam instalados. Não ganhou muito dinheiro no início.
Bill Gates, no entanto, deteve os direitos de autor sobre o software e pôde cobrá-los de todos os clones que surgiram nos anos seguintes e iniciar a construção do seu império.
Após 25 anos, a Microsoft detém o monopólio virtual do mercado, com 90% dos PC’s contendo os seus programas.
Actualmente a Microsoft emprega cerca de 60 mil funcionários em todo mundo e têm um valor de mercado de 216 mil milhões de Dólares, sendo a companhia mais rica e poderosa da actualidade. Gates casou-se a 1 de Janeiro de 1994.
O casal tem três filhos. Entre os prazeres pessoais do fundador da Microsoft, estão a leitura, o golf e o bridge. Bill Gates, também está ligado à filantropia.
Criou com a mulher em 1999, a Fundação Bill & Melinda Gates, à qual doou 27 mil milhões de dólares para providenciar apoio financeiro para iniciativas nas áreas de saúde e educação. A Fundação já doou 3,2 mil milhões dólares para programas globais de saúde e mais que 2 mil milhões dólares para programas de aprendizagem.
O casal Gates lidera o ranking de filantropia divulgado pela revista americana Business Week, um exemplo do empenho do ser humano em formar um mundo em que os que têm ajudam os que não têm, um exemplo de altruísmo, transferindo as oportunidades que ele tinha para outros, através de iniciativas humanitárias.
Recentemente a prestigiada revista "Time", elegeu o casal Melinda & Bill Gates, juntamente com o cantor Bono, as personalidades do ano em 2005.
publicado por Armando S. Sousa às 11:44
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Janeiro 30 2006
Estava uma rata preparando-se para comer uma mosca, quando um mocho que observava a cena disse:
- "Rata, não comas já a mosca! Espera que a abelha a coma, depois tu comes a abelha. Ficarás melhor alimentada."
Então a abelha comeu a mosca.
A rata preparou-se, então, para comera abelha, mas o mocho interrompeu-a novamente:
- "Rata, não comas a abelha, ela vai ficar presa na teia da aranha e a aranha vai comê-la, então tu comes a aranha e ficarás melhor alimentada."
A rata de novo esperou.
A abelha levantou voo, caiu na teia da aranha, veio a aranha e comeu-a. A rata preparou-se para saltar sobre a aranha, mas de novo,o mocho interveio:
- "Rata, não sejas precipitada! Há-de vir o pássaro que comerá a aranha, que comeu a abelha, que comeu a mosca. Comerás o pássaro e ficarás melhor alimentada."
A rata, reconhecendo os bons conselhos do mocho, aguardou.Logo após, chegou o pássaro que comeu a aranha.Entretanto, começou a chover, e a rata, ao atirar-se sobre o pássaro para o comer, escorregou e caiu numa poça de água.
Moral da história:Quanto mais duram os preliminares, mais molhada fica a rata.
publicado por Armando S. Sousa às 12:11

Janeiro 28 2006

28 de Janeiro de 1986, 11 horas e 38 minutos, estava um dia frio, apenas 2º C, o Vaivém Challenger partia para a sua décima missão. Setenta e três segundos depois do lançamento, a cerca de 14 mil metros de altitude, começaram a sair chamas de um dos foguetes, que se soltou e bateu contra um dos tanques de combustível externos do vaivém. A nave explodiu como um terrível fogo-de-artifício.

Aquela missão nunca deveria ter partido, porque estava demasiado frio — e os técnicos da empresa que fabricava os foguetes de combustível sólido que permitem ao vaivém escapar à atracção da gravidade da Terra pronunciaram-se veementemente contra o lançamento. Até havia gelo na pista do Cabo Canaveral, na Florida. A administração da NASA, no entanto, estava ansiosa por cumprir o calendário: em vez de aceitar a opinião dos técnicos, exigiu provas de que não se deveria fazer o lançamento.

O presidente norte-americano Ronald Reagan ordenou a formação de uma comissão de inquérito, exterior à NASA, para apurar as causas do acidente. Faziam parte desta comissão Neil Armstrong (o primeiro homem a pisar a Lua) e o Nobel da Física Richard Feynman.

Passando por cima da lentidão dos procedimentos da comissão, Richard Feynman fez investigações por conta própria, soube então que todos os lançamentos anteriores do vaivém, tinham sido feitos em dias em que a temperatura ambiente era igual ou superior a 12º C. No entanto, no dia da tragédia a temperatura ambiente era de dois graus. Este foi o problema: sob baixas temperaturas, a borracha perde a sua elasticidade e assim perde a capacidade de vedar adequadamente as juntas dos foguetes.

Para convencer os membros da comissão, Richard Feynman fez perante todos um experiência simples. Pegou um pedaço da borracha usada nas juntas e mergulhou-a em água gelada. Quando a retirou a borracha tinha perdido grande parte da sua elasticidade. A explosão do Challenger ficou para a história como exemplo paradigmático daquilo que a NASA não deve nunca fazer: Captar financiamentos a troco da segurança dos astronautas.

Atrás da Esquerda para a direita:Ollison Onizuka, Christa McAuliffe, Greg Jarvis,Judy Resnik, à frente no mesmo sentido, Michael Smith, Dick Scobee, Ronald McNair .

Todos estes sete tripulantes morreram, onde estava incluída a professora de História Christa McAuliffe, de 38 anos, que deveria dar aulas a partir do espaço, o que fez com que milhões de estudantes presenciassem a tragédia em directo pela televisão, pondo em estado de choque a América: a maioria dos norte-americanos lembra-se de onde estava, na altura do acidente, tal como no momento do assassinato do Presidente John Kennedy.

publicado por Armando S. Sousa às 14:07

Janeiro 27 2006

Amantes da música erudita de todo o mundo, comemoram hoje o 250º aniversário de nascimento do compositor Wolfgang Amadeus Mozart. Ao longo dos seus intensos 35 anos de vida, Mozart escreveu mais de 600 obras musicais, a primeira aos cinco anos de idade, a última no leito de morte.
A Vida de Mozart em datas:
1756 - Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart - mudaria depois o seu quarto nome para Amadeus - nasce às 20horas do dia 27 de Janeiro de 1756, no número 9 da rua Getreidegasse, na cidade de Salzburgo, era o filho mais novo de Leopold Mozart. Era já o sétimo filho, mas até aí só Maria Ana, conhecida por Nannerl, tinha sobrevivido.
1761 - Mozart apresenta-se em público pela primeira vez, no dia 1º de Setembro de 1761, em Salzburgo, numa apresentação escolar. O pai, Leopold, compositor da corte austríaca, ensina os filhos a ler e escrever, além de os ensinar a tocar, cravo, órgão e violino. Mozart escreve sua primeira composição: um Minueto e trio para piano.
1762: Tournée de Mozart e Nannerl em Viena, durante vários meses. As crianças-prodígio apresentam-se diante da imperatriz Maria Theresia.
1763 - No Verão, Mozart acompanhado pelo pai, fazem uma grande viagem por diversos países, no meio da qual o jovem músico faz o seu primeiro concerto, em Augsburgo (Alemanha), cidade natal de Leopold Mozart. As suas primeiras composições são publicadas em Paris.
1768 -Após uma proposta do imperador Joseph II da Áustria, Mozart começa com a composição da Ópera “La Finta Semplice”, que se estreia em Maio de 1769 na sua cidade natal.
1769 - Aos 13 anos, é nomeado “Mestre de Concerto” da orquestra da corte de Salzburgo. Viagem à Itália. No Scala de Milão, o papa nomeia-o Cavaleiro da Ordem da Espora Dourada.
1770 - Mozart dá o seu primeiro concerto em Itália, em Verona. Em Milão, triunfa com sua ópera “Mitridate, re di Ponto” KV.87 (74ª), que foi posta em cena em Dezembro de 1770 sob a direcção do jovem Mozart, que tinha apenas 14 anos de idade.
1772–75: Passa a receber salário pelas suas funções na Corte. Nova tournée por Itália. Mozart escreve as suas primeiras sinfonias e o primeiro concerto para piano e orquestra.
1777–78: Visita Paris, onde a sua mãe morre.
1780 -Viaja para Munique para a representação de sua ópera “Idomeneo, re di Creta” (KV 366). No dia 12 de Março de 1781, é apresentada em Viena, onde faz amizade com os Weber, família de sua futura esposa, Constance.
1781 -Mozart deixa Salzburgo após romper com o seu mecenas da Corte arcebispal, instalando-se em Viena, onde trabalha como compositor de óperas, pianista e professor, tornando-se amigo de Joseph Haydn.
1782 -É aclamado em Viena com “O Rapto do Seralho” (KV 384).Nesse mesmo ano, sem o consentimento de seu pai, casa-se com Constance Weber.
1783: O primeiro filho do casal morre, com apenas dois meses de idade.
1784 -Mozart muda-se para perto da catedral de Viena, na Domgasse número 5, onde vive até 1787, e compõe algumas das suas obras mais conhecidas como “As Bodas de Fígaro” e “Don Giovanni”.
1785: Mozart inicia o seu catálogo de obras. Nascimento do segundo filho, Carl Thomas. Ingresso na Maçonaria.
1786 -Estreia em Viena “As Bodas de Fígaro”.
1787 -Mozart é nomeado por decreto Músico de Câmara da Corte austríaca, com um salário anual de 800 florins. Começa a endividar-se para pagar as suas despesas da sua vida social. Mozart viaja com a sua esposa para Praga para assistir à estreia de “Don Giovanni” (KV 527). Morte de seu pai, Leopold Mozart.
1790: Estréia de Così fan tutte e faz última grande viagem de concertos (pela Alemanha).
1791 - É recebido em Berlim por Frederico II da Prússia. Em Setembro, estreia em Praga “La Clemenza di Tito” (KV 621). Mozart é nomeado Suplente do Maestro de Capela da Catedral de São Estevão, em Viena.

A estreia da “A Flauta Mágica” acontece no dia 30 de Setembro de 1791, sob a direcção musical do próprio Mozart. Em Dezembro, Mozart, doente, trabalha na sua última obra, o Requiem (KV 626), que não foi concluída.
Morre aos 35 anos, no dia 5 de Dezembro, à 1 hora da madrugada. É enterrado no dia seguinte, numa vala comum do cemitério de Saint Marx de Viena.
publicado por Armando S. Sousa às 14:33
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Janeiro 26 2006

Amanhã assinala-se mais um ano da libertação por parte do exército soviético do complexo da morte de Auschwitz-Birkenau.
"Arbeit Macht Frei", (O trabalho liberta), lia-se provocatoriamente à entrada do complexo da morte de Auschwitz-Birkenau. Este campo de extermínio situado na Polónia, foi criado pelo regime nazista em 1940, com o objectivo inicial de reunir os prisioneiros políticos polacos. Entretanto, com o decorrer da guerra, Auschwitz-Birkenau tornou-se no campo de concentração mais atroz do genocídio do povo judeu, devido às execuções em massa. Calcula-se que cerca de um milhão e quinhentos mil judeus, tenham sido dizimados neste campo. Tudo começou em fins de 1941, quando a Gestapo recebe a ordem para executar a "solução final da questão judia", ou seja exterminar a raça judia.

Esta medida foi adoptada em 20 de Janeiro de 1942 por altura da Conferência de Wannsee.As execuções em massa começaram em Maio de 1942, quando mil e duzentos judeus, são enviados para as câmaras de Gás.
A partir de Setembro de 1942, o esforço militar alemão impôs uma mudança de filosofia -"o extermínio pelo trabalho"- que se traduziu na aniquilação massiva de prisioneiros. Os primeiros beneficiados com esta alteração foram as SS, que a partir de então se transformaram nos verdadeiros patrões desta quase inesgotável mão de obra, manejando-a e utilizando-a a seu bel prazer .Deles passa a depender o recrutamento destes operários forçados, imprescindíveis para o aparelho produtivo alemão. A alimentação, de muita má qualidade e quase inexistente, surge como a principal causa de morte de várias centenas de milhar de prisioneiros, facto que, pasme-se deixou o chefe máximo das SS, Heinrich Himmler, profundamente indignado. A espiral de homicídios atingia em 1944, a espantosa cifra mensal de 30 mil mortos.

O avanço dos Aliados em duas frentes, ocidental e oriental e o colapso da economia do Reich parecem ter enlouquecido ainda mais os líderes nazis. O extermínio converteu-se nas palavras do próprio Himmler, numa "necessidade imperiosa, nos numerosos campos de concentração. Os métodos usados até então eram baseados no pressuposto de que o terror era a melhor forma de negar a personalidade do individuo e de o manipular. A partir de então com os campos em risco de cair em mãos inimigas, a morte quantitativa substitui o principio do castigo.Mais do que castigar urgia exterminar.
Em 27 de Janeiro de 1945, ( entretanto institucionalizado Dia da Memória em diversos países ocidentais) o exército soviético liberta o campo da morte e encontra perto de três mil homens e mulheres escanzelados, pesando entre 23 e 35 kg.
Auschwitz, símbolo do Mal para todos os homens de boa vontade, têm suscitado as mais diversas paixões desde da sua libertação.


Sectores da extrema-direita pretenderam lançar o boato de que a "solução final nunca existiu".Os soviéticos ofereceram-lhes, aliás, o pretexto de bandeja, ao propagandearem que em Auschwitz tinham sido mortos "quatro milhões de antifascistas", ou seja mais que duplicaram o número e omitindo o facto de 90 por cento das vítimas serem judeus apolíticos.
É bom para a Humanidade que o complexo de Auschwitz-Birkenau , permaneça de pé.
Não como um exorcismo. Não como um símbolo do mal. Antes como um inestimável suporte para a breve memória humana. Para que não volte a repetir-se.
publicado por Armando S. Sousa às 12:01

Janeiro 26 2006

Adolfo Hitler tinha prometido casamento a Eva Bruan, no momento em que não tivesse um futuro político. Em 29 de Abril de 1945, dois dias antes da capitulação da Alemanha, Hitler pede em casamento Eva Braun:

Queres desposar-me?
Eva Braun julgou ter ouvido mal.
-Eva, queres desposar-me? - gritou Hitler, que berrava sempre desde que tinha os tímpanos rebentados.
Os olhos de Eva embaciaram-se; ele propunha finalmente o que ela lhe pedira cem vezes e que provocara todas as suas discussões. Caiu no solo, soluçando.
-Eva, fiz-te uma pergunta que nunca fiz a ninguém. Gostaria de ouvir uma resposta.
Eva precipitou-se para ele, para o beijar perdidamente.
-Sim, meu amor. Claro que sim. Era o meu maior sonho. Sempre to pedi.
Cobria-o de beijos, o que dava náuseas a Hitler mas, vistas as circunstâncias, limitou-se a afastá-la.
-És feliz?
-É o mais belo dia da minha vida.
-Muito bem. Nesse caso casamo-nos esta noite e suicidamo-nos amanhã.


Diálogo do livro "A Parte do Outro", de Eric-Emmanuel Schmitt.
publicado por Armando S. Sousa às 10:52

Janeiro 23 2006

"Neste exacto momento se dissolve a maioria que me elegeu.
Quero ser e serei o Presidente de todos os portugueses".
Cavaco Silva.
A Democracia é bela.
A Democracia é selectiva.
Mas acima de tudo, não pode ser considerada estúpida, quando se perde.
publicado por Armando S. Sousa às 14:30

Janeiro 22 2006

A Guarda Suíça foi criada em 22 de Janeiro de 1506, em Roma, faz hoje Quinhentos anos. Trata-se do menor e do mais antigo exército do mundo. O minúsculo corpo de defesa do Vaticano é o último vestígio de uma longa tradição de emigração de soldados suíços. Obrigados a deixar o seu país por causa da pobreza, muitos suíços partiam como mercenários ao serviço das grandes potências, actividade que naquela época era bem remunerada. Nos campos de batalha, os suíços obtiveram uma sólida reputação de destemidos guerreiros, fiéis e invencíveis. A tal ponto que o papa Júlio II escolheu-os para formar a sua guarda pessoal.
Os primeiros 150 mercenários suíços chegaram à cidade de Roma em 22 de Janeiro de 1506, data em que a Guarda Suiça foi oficialmente fundada.Com o tempo, os soldados suíços provaram a sua abnegação ao chefe da Igreja Católica, enfrentado todos os perigos.
A prova mais trágica foi dada quando do saque de Roma, no dia 6 de Maio de 1527: as tropas protestantes de Carlos V, imperador da Alemanha e rei de Aragão e Castela, invadiram e saquearam Roma. Na luta, que chegou até ao altar da Basílica de São Pedro, a Guarda Suíça perdeu não só o seu comandante, mas também 147 soldados.
Os quarenta e dois suíços que sobreviveram, conseguiram no meio da confusão esconder o Papa Clemente VII. Abriram com as suas lanças e espadas, uma via de escape e colocaram o Papa Clemente VII, a salvo no castelo de Santo Ângelo. Assim nasceu a verdadeira Guarda Suíça .
Até hoje, a guarda ainda celebra o 6 de Maio como um dia heróico e trágico.
Esse é o dia do juramento.
Cada um dos novos soldados marcha até o centro da Praça de S. Pedro e segura, com o braço esquerdo, a bandeira oficial do Vaticano. Ao mesmo tempo, a mão direita abre-se em três dedos. Os três dedos em riste, simbolizam os três primeiros cantões suíços que se reuniram na Confederação Helvética: Schwyz, Uri e Unterwalden. Cada um dos “Hellebardieri”, como são conhecidos os soldados suíços devido às suas lanças, pronuncia as palavras do juramento.
“Juro servir fielmente, lealmente e honorificamente o Papa em exercício...e os seus sucessores e, com todas as minhas forças, dedicar-me a ele, podendo sacrificar mesmo a minha vida na sua defesa...”
A partir desse momento, cada um desses guardas suíços transforma-se num membro do exército de 110 homens, cinco deles oficiais, encarregado de defender até com a própria vida o chefe da Igreja Católica e do Estado do Vaticano.
A Guarda Suiça quase foi extinta em 1970, quando João Paulo VI decidiu suprimir todos os corpos militares do Vaticano. Mesmo assim, foi feita uma excepção para a pequena força de segurança.
Segundo o regulamento, revisto por João Paulo II em 1979, a guarda tem hoje 110 soldados. Além do serviço de honra, controlam o acesso à Cidade do Vaticano, fazem a vigilância do Palácio Apostólico e a segurança pessoal do Papa.
A história recente da guarda suíça foi marcada por um drama ainda obscuro: em 1998, cabo Cédric Tornay, abateu o comandante Alois Estermann e sua esposa e depois suicidou-se. Estermann era um dos guardas que estavam junto de João Paulo II, quando o Papa foi vitima do atentado, em 13 de Maio de 1981, na Praça de S. Pedro. O inquérito foi concluído rapidamente pelos magistrados do Vaticano. Tratou-se de acto de loucura mas para muitas outras pessoas o drama continua sendo um mistério.

Esse caso talvez tenha em parte contribuído para a ligeira queda do número de voluntários registada desde o início desta década. Todos os candidatos devem ser católicos, ter feito treino militar no Exército suíço, uma reputação “irrepreensível” e um curso superior.
Para reverter a tendência de queda no número de voluntários, foram feitas algumas reformas. A qualidade do serviço melhorou, a fim de abrir novas perspectivas profissionais para os recrutas. Fazem parte da formação actual cursos de informática, comunicação, inglês e italiano. Essas mudanças começam a dar resultados porque o número de voluntários voltou a crescer desde o ano passado.
No futuro, o pequeno exército poderá continuar a fazer a guarda do Vaticano.
publicado por Armando S. Sousa às 13:49

Janeiro 19 2006

A organização Human Rights Watch, baseada em Nova Iorque, diz que as políticas anti-terroristas das potências ocidentais estão a prejudicar a defesa dos direitos humanos no mundo.
No seu relatório anual divulgado ontem, a organização critica particularmente os Estados Unidos.
A Human Rights Watch diz que a política dos Estados Unidos tem sido: a de submeter suspeitos de terrorismo a tratamento cruel e degradante.

O estudo também descreve como “sem sentido” as tentativas do Reino Unido de obter garantias de que suspeitos de terrorismo não serão torturados se forem enviados para outros países.
Segundo a Human Rights Watch, a União Europeia com frequência respondeu de forma ineficaz à violações dos direitos humanos noutros países.
O presidente americano, George W. Bush, “continua a oferecer garantias enganadoras de que os Estados Unidos não torturam suspeitos, mas essas garantias soam vazias”, diz o relatório.
Como resultado da falta de credibilidade do país em assuntos de Direitos Humanos, os Estados Unidos deixaram “vazia a liderança mundial quando a questão é defender os direitos humanos”.
O relatório de 532 páginas diz que 2005 foi marcado por uma “tendência continuada a subordinar os Direitos Humanos a vários interesses políticos e económicos”.
Segundo a organização, o Reino Unido em especial ignorou abusos na Rússia e na Arábia Saudita para garantir contratos comerciais.

O estudo destaca ainda que a França e a Alemanha pressionaram a União Europeia para acabar com embargo de armas à China, apesar da falta de avanços no processo de punir os responsáveis pelo ataque a manifestantes na Praça de Tianenmen em 1989.
De acordo com a Human Rights Watch, existe uma “competição sem sentido” entre os líderes do Reino Unido, França e Alemanha de aprofundar as relações bi-laterias com a Rússia, apesar de o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não ter o mínimo respeito pelos Direitos Humanos na Tchetchénia.

Link:hrw.
publicado por Armando S. Sousa às 13:19

Janeiro 19 2006

Não é a primeira antologia que reúne a poesia de Eugénio de Andrade, mas a obra a apresentar hoje, às 18.30 horas, na Fundação do autor de "As mãos e os frutos", no Porto, vem anunciada como a "edição definitiva" da obra de um dos mais profícuos poetas portugueses do século XX.
O professor universitário e ensaísta Arnaldo Saraiva teve a cargo a tarefa de organizar a edição, respeitando as instruções deixadas pelo poeta.
Os critérios que presidiram ao trabalho de organização são explicados num texto inserido no final do volume, no qual Arnaldo Saraiva justifica o motivo por que não recorreu aos textos escritos nos últimos anos de vida, quando o autor já se encontrava enfermo.
Em relação à última antologia, datada de 2000, o livro agora editado pela Fundação Eugénio de Andrade mantém não só o título como o grafismo de Armando Alves, com a reprodução de uma gravura de Ângelo de Sousa. A maior novidade prende-se com a inclusão de "Os sulcos da sede", editado em 2001, que contribui para que o volume tenha um pouco mais de 600 páginas. JN.
Eugénio de Andrade, falecido a 13 de Junho de 2005, se fosse vivo, completaria hoje 83 anos.
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de Janeiro de 1923 na Póvoa de Atalaia, Fundão, região da Beira Baixa, no seio de uma família de camponeses. A sua infância foi passada com a mãe na sua aldeia natal, fixando-se em Lisboa em 1932 com a mãe, que entretanto se separara do pai.
Estudou no Liceu Passos Manuel e na Escola Técnica Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas em 1936, o primeiro dos quais, intitulado «Narciso», publicou três anos mais tarde.
Em 1943 mudou-se para Coimbra, onde regressa depois de cumprido o serviço militar, convivendo com Miguel Torga e Eduardo Lourenço. Em 1947, entrou para a Inspecção Administrativa dos Serviços Médico-Sociais, exercendo durante 35 anos as funções de inspector administrativo do Ministério da Saúde.
Em 1948, publica «As mãos e os frutos», que mereceu os aplausos de críticos como Jorge de Sena ou Vitorino Nemésio.
Uma transferência de serviço levá-lo-ia a instalar-se no Porto em 1950, onde fixou residência. Abandonou a ideia de um curso de Filosofia para se dedicar à poesia e à escrita, actividades pelas quais demonstro desde de cedo profundo interesse, a partir da descoberta de trabalhos de Guerra Junqueiro e António Botto. Camilo Pessanha constituiu outra forte influência do jovem poeta Eugénio de Andrade.
Entre as dezenas de obras que publicou encontram-se, na poesia, «Os amantes sem dinheiro» (1950), «As palavras interditas» (1951), «Escrita da Terra» (1974), «Matéria Solar» (1980), «Rente ao dizer» (1992), «Ofício da paciência» (1994), «O sal da língua» (1995) e «Os lugares do lume» (1998).
Em prosa, publicou «Os afluentes do silêncio» (1968), «Rosto precário» (1979) e «À sombra da memória» (1993), além das histórias infantis «História da égua branca» (1977) e «Aquela nuvem e as outras» (1986).
As suas obras foram traduzidas para alemão, asturiano, basco, castelhano, catalão, galego, chinês, francês, italiano, inglês, jugoslavo e russo.
A sua poesia caracteriza-se pela importância dada à palavra, quer no seu valor imagético, quer rítmico, sendo a musicalidade um dos aspectos mais marcantes da poética de Eugénio de Andrade.
O tema central da sua poesia é a figuração do Homem, não apenas do eu individual, integrado num colectivo, com o qual se harmoniza ou luta.
Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com “essa debilidade do coração que é a amizade”.
Recebeu inúmeras distinções, entre as quais, o Prémio de Poesia Jean Malrieu (1984), o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989), o Prémio Europeu de Poesia (1996), Prémio Camões (2001) e o Prémio Pen Club (2003).
publicado por Armando S. Sousa às 12:45
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